Para isso já têm os Verdes
Jerónimo de Sousa, que falava no final de uma reunião de dois dias do Comité Central, voltou a defender “uma convergência” à esquerda, que junte “todos os que estão empenhados num projecto claro de ruptura com a política de direita” em vigor. Contudo, neste espaço de “forças políticas e sociais” de esquerda Jerónimo não inclui a “ala esquerda” do PS e o BE porque, argumenta, as mudanças não se fazem “com paliativos” ou com “bons sentimentos”.
Mais do que o sectarismo, o que impressiona nestas declarações é a confirmação de que, por detrás do apelo a uma convergência de esquerda, o PCP está a falar de si próprio e das suas organizações satélite. A direcção do PCP encara o seu partido como uma ilha auto-suficiente. Diálogos e convergências só com quem pensar o mesmo que "o Partido". Tudo o resto são "paliativos". Mesmo não tendo nenhuma estratégia, ou sequer ambição, para dialogar com os sectores críticos do partido socialista, o PCP não se coíbe de passar a vida a louvar a importância de uma "convergência" à esquerda. Convergência com os seus clones, como se percebe.



