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Zero de Conduta

Zero de Conduta

06
Set07

Quando bush se esconde numa gruta

Filipe Calvão
"Comediantes furam esquema policial da APEC." (público)

Pelo menos estes australianos não serão deportados. Já em 2003, Will Saunders, um cidadão britânico que trabalhava como astrónomo para o governo australiano, correu o risco de ser expulso do país (BBC 2003) por pintar "No War" na casa da ópera (clap clap para a façanha, vídeo aqui). Ontem foi a equipa de Chaser a ser detida depois de entrar como Bin Laden na "zona verde" de Sydney. Ao terceiro checkpoint foram parados e detidos para inquérito. É o preço a pagar por inverter as regras do jogo na caça a Bin Laden.






Por agora fiquem com o último episódio de Chaser's war on everything a ir para o ar, sobre as 'medidas de segurança' impostas aos australianos durante a APEC. Com alguma sorte, teremos novo programa em breve com imagens de novo recorde de bundas anti-Bush. E quem organiza? O "aussie" Will Saunders.
10
Ago07

lollabama jam?

Filipe Calvão
"Daughter" (grande balada musical dos anos 90), no Lollapalooza 2007


A AT&T-comunicações, recordista nos lóbis (36 milhões de dolares desde 1990, a maioria para republicanos desde os anos Clinton), patrocionou o palco principal do festival Lollapalooza. Por decisão da administração, a AT&T decidiu excluir duas frases da versão online do concerto de encerramento (com os Pearl Jam, já bem acabaditos): "George Bush leave this world alone" e "George Bush find yourself another home" (frases já tão banais como a banda que as canta hoje, mas eu sou um tipo amargurado do grunge). Gramem lá então com 4 minutos dos good 'ol 90s para apanhar o coro georgiano (não censurado). Tudo explicadinho no fan club, para quem já lá não põe os pés há um tempo.

[a AT&T também autorizou as escutas do governo e tem estado na frente de batalha contra o projecto de net neutrality. É a pior empresa do mundo, na humilde opinião deste seu cliente]
05
Ago07

lollabama 2: Barack & Roll

Filipe Calvão

Ver a Patti Smith às voltas de carrinho de golf no exterior do recinto do Lollapaloza, enquanto segurava o chapéu com as duas mãos, não foi chamariz suficiente*: Barack estava ao lado e fazia anos. Ali para os lados do parque de estacionamento do Yearlykos, pensei eu, ainda poderia haver uma festa (helas, o barbecue é só na 3a).

Barack não era o único no YearlyKos. Estavam lá todos os candidatos presidenciais, sujeitando-se ao 'informalismo' de sessões abertas com um público 'hostil' de esquerda. Só isto dirá muito do poder do Daily Kos, de que o Pedro já aqui falou. Para quem não conhece, este 'blog' já chegou ao milhão de visitas por dia, com +600,000 visitas em média (em comparação, o público tira uma tiragem de 46,000 jornais), apoiando, pressionando ou denunciando o campo político democrata. Devo dizer que me arrepia o culto Kosiano que faz o cunho deste blog (nem a alternativa desmedida de se passar a chamar 'NetRoots Nation' a partir da próxima convenção), mas vale a pena perceber o que se tem passado por lá ao longo deste fim-de-semana.

Ontem falou-se de dinheiro e lóbis. De todos os candidatos, Hillary Clinton foi a única a admitir continuar a aceitar dinheiro de lóbiistas de Washington (e para quem viu Sicko, aí na coluna do lado, sabe que Hillary sofreu os efeitos dos lóbis farmacêuticos). Por outras: é a única a aceitar dinheiro entregue em mão nos passos perdidos local, a versão mais aberta do tráfico de influências que se passa na política americana.

Mas todos têm telhados de vidro nisto (e quando a ACLU e a NRA estão de acordo na rejeição de regulação federal o problema não fica mais fácil de resolver). Obama, que já anda a meter a pata na poça com o que disse sobre o Paquistão (ainda que numa jogada de puro faro político), tem na GoldmanSachs (a mesma que vendeu uma empresa à EDP) o maior contribuinte de campanha. Com dinheiro a pingar pela internet, esta malta pode dar-se ao luxo de recusar dinheiro de uns maluquinhos de Washington, diluindo o restante dinheiro 'limpo' em contas faraónicas.

Um dado interessante nestas contas é o papel de mauzona que todos atribuem à indústria farmacêutica. Pois fiquem-se com esta: de todos os contribuintes registados, a saúde aparece só em 40º lugar, com a American Hospital Association. Muito depois do lóbi da cerveja, dos carros, das comunicações, dos carpinteiros, da Fedex, NRA...e por aí fora. Vejam a tabela dos 100 maiores doadores por vocês, vale a pena.

Vídeo do NYT (com respostas dos outros candidatos) e artigo do Caucus sobre o debate de ontem.
* Mas do gramado exterior Cool War Kids (que parece que andaram por Portugal em vacances) e CSS estiveram bem.

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