O juramento de castidade é “o novo ritual das virgens americanas”. Quem o diz é a
Sábado, na sua edição de quinta-feira, que dedica duas páginas aos “bailes da pureza”, a “última moda entre os cristão conservadores norte-americanos”. São mil e quinhentos bailes num país com mais de 300 milhões de habitantes. Manifestamente pouco para apresentar uma “tendência”. Depois, logo por azar, na véspera desta reportagem ficámos a saber que,
pela primeira vez em 16 anos, a gravidez na adolescência cresceu nos EUA. Como subiram, também, os números das doenças sexualmente transmissíveis. São as consequências directas do fanatismo conservador de Bush e do desmantelamento das campanhas de prevenção, substituídas por idiotas e ineficazes campanhas de promoção da abstinência sexual.
É este o problema destas reportagens ligeiras que enchem edições inteiras de revistas como a Sábado. Apresentam-nos casos e tendências sem nenhuma articulação com a realidade. Tomam os salões de baile da alta burguesia como o retrato do mundo. A fechar a notícia, duas linhas referem um estudo das universidades de Columbia e Yale:”88% das jovens que juraram manter a castidade até ao casamento não o cumpriram”. A Sábado apresenta o juramento de castidade como uma “tendência”.
Not so fast. A tendência é mesmo as jovens quebrarem o juramento. E a de algumas reportagens não terem nada a ver com o sensacionalismo do título.