Ajuste de contas
Em vez de assumir a responsabilidade pelo estado miserável em que deixou a gestão camarária da capital, o PSD insiste em usar uma maioria resultante de uma eleição sem qualquer tipo de legitimidade política para ajustar contas com o passado. Só assim se compreende que o PSD tenha feito a Assembleia Municipal de Lisboa aprovar uma moção de censura ao vereador Sá Fernandes...por causa de uma decisão do vereador Marcos Perestrello. A iniciativa, que não tem qualquer resultado prático, torna-se ainda mais caricata quando se percebe que a moção é unipessoal e não é extensível ao executivo, como manda a lei.
Mas o melhor estava guardado para o fim. Um dos motivos para a moção de censura é a presença de uma placa, alusiva ao financiador das obras de requalificação de um parque infantil, transformada pelo PSD na tentativa de “privatizar o Jardim da Estrela, entregando-o à conhecida cadeia de hipermercados Continente, mais uma vez prejudicando todos os seus utilizadores em benefício de um poderoso grupo económico”. Bem pode Ferreira Leite ganhar as directas que quiser no PSD. O seu partido provou ontem que continua agarrado a uma imagem providencial de Santana Lopes, cuja gestão ainda defende, e não hesita em usar uma maioria fraudulenta para ajustar as contas com um passado em que Sá Fernandes lhes estragou os negócios para a privatização de um espaço público que agora parecem ser os mais acérrimos defensores. Olha quem...