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Zero de Conduta

Zero de Conduta

21
Jul08

A história mal contada dos Ho$pitais $A

Pedro Sales

No meio das referências ao descalabro da economia e às considerações de Vítor Constâncio sobre a política energética, tem passado despercebida uma das conclusões mais importantes do recente relatório do Banco de Portugal. Quatro anos passado, a empresarialização do modelo de gestão hospitalar continua sem apresentar nenhuma vantagem financeira. Em 2003, os hospitais públicos representavam 2,01% do PIB, agora são 2,00%. De resto, e para quem ainda tinha dúvidas, a transformação dos hospitais públicos em SA ou EPE nunca teve nada a ver com os ganhos de eficiência e produtividade reclamados pelos seus defensores, mas com uma forma expedita de evitar a contabilização das suas contas nos resultados do défice público. A desorçamentação, e a opacidade das suas contas, que assim escapam quase totalmente ao escrutínio da Assembleia da República, constituem o verdadeiro fascínio de um modelo que, impondo uma lógica contabilista sobre a gestão por critérios clínicos, nem assim consegue apresentar resultados quantitativos. Pelo contrário, como refere o relatório do TC relativo a 2006, o "endividamento mais significativo ocorreu no grupo dos hospitais EPE".

04
Jul08

Crise? Eu não tenho nada a ver com isso.

Pedro Sales

foto de Tiago Petinga

Os biocombustíveis forçaram os preços dos alimentos a aumentar 75 por cento desde 2002, segundo um relatório confidencial do Banco Mundial, que os responsabiliza pela crise alimentar. O jornal britânico “The Guardian” publica hoje excertos do relatório.

 

A propósito desta notícia, vale a pena lembrar as recentes declarações do primeiro-ministro: “O senhor deputado definiu uma nova linha: contra os biocombustíveis. Eles serão a desgraça e a origem da fome no mundo. Está enganado, senhor deputado. É uma grande precipitação ligar estas duas coisas. José Sócrates, em resposta a Francisco Louçã, 11 de Abril de 2008.

 

O Governo, disse o primeiro-ministro na RTP, venceu a crise interna, mas não tem nada a ver com a crise internacional causada pelo aumento do preço dos juros, petróleo e bens alimentares. Estranho. Da última vez que reparei Portugal ainda fazia parte da União Europeia, só por acaso uma das maiores promotoras mundiais da utilização dos biocombustíveis, e o Governo Sócrates até antecipou a absurda meta europeia em 10 anos. A culpa é toda dos especuladores, está visto.

28
Jun08

Com o dinheiro dos outros também eu faço excelentes negócios

Pedro Sales

O Gabriel Silva chama a atenção para o pungente apelo de João Pereira Coutinho para que o governo subsidie, com um cêntimo por litro, a criação de um ‘cluster’ do biodiesel em Portugal. O desconsolo de Pereira Coutinho é elucidativo. É que o Governo já apoia a produção de biodiesel e não é com um cêntimo por litro, mas com a isenção fiscal de 28 cêntimos por cada litro. Para a produção de gasolina “verde” o negocio é ainda mais ruinoso. São 40 cêntimos por cada litro que voam dos bolsos dos contribuintes. Pelos vistos, não chega. Se, com o petróleo nos 141 dólares, o negócio não é lucrativo, parece-me que mais valia pararmos de subsidiar um modelo falido e que, pelo meio, tem ajudado a fazer disparar o preço dos bens alimentares. Como cidadãos poupávamos no supermercado, e, como contribuintes, no Orçamento de Estado.


O mais curioso nesta história é que a Junta de Freguesia da Ericeira, que não pediu apoio financeiro a ninguém para pôr a sua frota de carros a andar com óleos alimentares reciclados (este sim, um modelo ambientalmente correcto), tem um processo de penhora no valor de 7000 euros, porque o Ministério das Finanças reclama o ISP que a Junta poupou com a sua capacidade de iniciativa. Moral da história. Para se fazer negócio em Portugal nada como pedir subsídios ao Estado. Não interessa que o modelo de negocio seja uma desgraça. Isso é um pormenor irrelevante.

17
Jun08

Trabalhar para (sobre)viver

Pedro Sales
06
Jun08

Que fiz eu para merecer isto?

Pedro Sales


Ontem, no Parlamento, José Sócrates voltou a insistir na tónica reiterada nas últimas semanas. O governo, pelo que fez, não merecia estar a sofrer os reflexos da crise financeira internacional, aumento dos combustíveis e dos bens alimentares. Durante três anos o Governo conduziu uma politica pró-cíclica, assente na forte diminuição do investimento público, acreditando que mais tarde ou mais cedo a economia entraria nos eixos. Agora, que a recessão está à porta e torna irrelevantes os investimentos guardados para o ano eleitoral, José Sócrates sente-se injustiçado porque descobriu que o mercado é amoral. “É a vida”, como diria outro primeiro-ministro socialista.

15
Mai08

A queda

Pedro Sales

Enquanto a oposição foi alertando o primeiro-ministro para o irrealismo das previsões económicas para 2008, José Sócrates foi respondendo que o seu governo tinha dotado a economia dos mecanismos necessários para resistir aos efeitos da crise internacional. Hoje, anunciando a revisão em trambolhão do crescimento de 2,2% para 1,5%, Teixeira dos Santos responsabilizou, veja-se lá, a crise internacional. Este resultado é a falência da política económica do governo. Porque os tais mecanismos que garantiam a vitalidade da economia eram conversa e porque, como se pode ver, a queda do crescimento económico não teve paralelo numa Zona Euro que até superou as expectativas de crescimento. 

11
Mai08

lies, damned lies

Vasco Carvalho

Inflação...

 

                                                                       ... e desemprego

 

"The corruption has tainted the very measures that most shape public perception of the economy—the monthly Consumer Price Index (CPI), which serves as the chief bellwether of inflation; the quarterly Gross Domestic Product (GDP), which tracks the U.S. economy's overall growth; and the monthly unemployment figure, which for the general public is perhaps the most vivid indicator of economic health or infirmity" (aqui para Why the economy is worse than we think, Kevin Phillips, Harper's)

09
Abr08

Normalíssimo

Pedro Sales

Confirmando uma tendência dos últimos dias, as acções da Mota Engil voltaram a ser as mais valorizadas do PSI 20. Uma subida em flecha que, vá-se lá saber porquê, coincide precisamente com as notícias da contratação de Jorge Coelho. “Nome de Jorge Coelho como CEO bem recebido pelo mercado”, resume hoje o Jornal de Negócios, num artigo em que 3 dos 4 analistas contactados preferiram manter o anonimato. Está na cara que é uma contratação normal, como diz o Partido Socialista.

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