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Zero de Conduta

Zero de Conduta

04
Set08

Perguntar não ofende

Pedro Sales

A esta hora já todos sabemos que a SIC, Expresso, Visão, Público e Renascença foram impedidos pelo Governo de José Eduardo dos Santos de entrar em Angola, onde pretendiam fazer a cobertura das eleições. Sendo certo que esta atitude é esclarecedora sobre a natureza da “democracia” angolana, o que eu gostava mesmo de saber é que órgãos de comunicação social portugueses é que foram bafejados com os tão desejados vistos.

02
Set08

O medo a 25 frames por segundo

Pedro Sales

Este vídeo foi montado por mim e pelo Daniel Oliveira usando apenas excertos retirados do Jornal da Noite da SIC dos dias 26, 28 e 29 de Agosto. Isso mesmo: apenas três dias. A mistura de crimes graves com crimes menores, dando sempre a ideia, através da quantidade, de uma onda incontrolável de criminalidade, é evidente. De notar a sequência: muitos crimes, reacção do poder politico, empresas que tentam aproveitar a histeria e polícia a fazer encenações para a televisão em bairros sociais.

 

Já há notícias sobre o ano lectivo e sobre o ano político. Esta onda mediática deve estar a chegar ao fim.

10
Ago08

Humor, ficção e "jornalismo sério"

Pedro Sales

Num país, como os EUA, onde mais de 66% dos habitantes têm excesso de peso, os candidatos presidenciais começam a desdobrar-se em acções para captar o voto dos cidadãos obesos. Quem o diz é uma “reportagem” (que se pode ver no vídeo aqui colocado) publicada há uns meses por um dos mais conhecidos sites satíricos do mundo, The Onion.


Parecendo acreditar no lema do site humorístico, que se proclama como a melhor fonte de notícias sobre a América, o vetusto Wall Street Journal publicou há uns dias uma “notícia” semelhante sobre Barack Obama. O título não podia ser mais sugestivo: “Too fit to be president?’”. A singular constatação do jornal é que, “Perante um eleitorado com excesso de peso, a reduzida gordura corporal de Barack Obama pode vir a revelar-se uma desvantagem” para o candidato. Se a noticia já tinha todos os ingredientes para ser um disparate, as coisas pioram quando se percebe que algumas das citações usadas pela jornalista foram retiradas de um fórum de discussão do Yahoo... numa discussão iniciada pela própria repórter. O Wall Street Journal já corrigiu o artigo, indicando esse facto, mas fica cada vez mais notório como é ténue a distinção entre humor e jornalismo. Ou, se olharmos para o excelente Daily Show, até ficamos com a impressão que é em programas como os de Jon Stewart ou Stephen Colbert que encontramos as verdadeiras notícias. E mais rigorosas.

 

 

Nota: A notícia do WSJ, e o link para o fórum de discussão, foram descobertos através do Daringfireball.

10
Ago08

Quantas mulheres é que vale um BMW?

Pedro Sales

O carjacking deve ser um dos termos mais citados pelos jornais e televisões em 2008. Nos primeiros seis meses do ano foram roubados 307 carros, não se registando nenhum dano físico para os lesados. Nos primeiros 3 meses de 2008 foram assassinadas 17 mulheres pelos seus companheiros, um número ímpar em toda a Europa, facto que não ocupou mais do que meia dúzia de linhas na imprensa.

31
Jul08

Umas férias muito estranhas (ou como se constrói uma narrativa)

Pedro Sales

Bem sei que a história do presidente providencial, que interrompe as férias preocupado com os superiores problemas da nação, é cativante, mas também não é preciso exagerar. Principalmente quando, para desmentir uma capa, basta consultar a agenda de Cavaco Silva no site da Presidência da República...onde se pode ler que o PR esteve ontem a trabalhar e já tinha uma iniciativa marcada para hoje à noite.

29
Jun08

hara-kiri na net

Vasco Carvalho

dn.sapo.pt, página principal,

 

Que o DN era uma anedota na internet já os seus leitores sabiam. A navegação no site, os conteúdos, o motor de busca e a demente página inicial são web 0.1. Aliás, através da Wayback, podemos ver a página do DN em Junho de 1998:

 

Mais ou menos a mesma pobreza de hoje, mesmo assim mais navegável. A evolução do DN em mais de uma dezena de anos na net já mostra, portanto, claras tendências suicidas. Isto já vem, é claro, de muito longe: a tortura do grafismo e a sua evolução duvidosa são tópicos recorrentes na edição em papel.

 

Hoje chegámos à balda total. Desde as 7 da manhã até agora, 22h17, a página inicial do dn.sapo.pt  tem o Bastonário dos Advogados em landscape e ninguém diz nada. Está tudo a ver a bola, o pessoal do DN não deve ter acesso à net e o Sapo, obviamente, não está interessado em manter um nível mínimo de qualidade. Azar, fica assim.

 

É hara-kiri na net, digo eu.

15
Jun08

“O mal é começar”

Pedro Sales

“Há um mês que o primeiro-ministro não fuma e sente-se bem”. Quem nos garante tão relevante informação para o sucesso do país não é a Lux ou a Caras Notícias, mas o Jornal da Noite da SIC, que ontem apresentou uma prolongada peça sobre os hábitos tabágicos de José Sócrates desde a passagem do milénio. Quando é que começou a fumar, quando é que teve uma recaída, e quantos cigarritos fumava depois dos comícios na campanha eleitoral. O primeiro-ministro, diga-se, só não revelou a marca que fumava e se os cigarros eram light ou sem filtro. “Há mais de um mês sem nicotina, Sócrates não ficou com pior humor”, sossegava-nos o jornalista antes de asseverar que, “como qualquer vício, o mal é começar”. Tem razão. Volta não volta e o noticiário da SIC não se distingue da Caras Notícias.

09
Jun08

O interesse jornalístico do "clube Portugal"

Pedro Sales

A recente confirmação de que a Casa Branca enganou deliberadamente a imprensa sobre as motivações da guerra no Iraque levantou um interessante debate sobre a independência dos media do outro lado do Atlântico. A questão nem é tanto perceber como foi possível à Casa Branca enganar durante tanto tempo a imprensa, mas como é que os jornalistas em peso suspenderam o seu cepticismo e a capacidade de escrutinar a informação veiculada pela administração Bush. A tendência mais natural é pensar que uma coisa dessas só foi possível numa América prestes a entrar numa guerra ainda marcada pelo trauma do 11 de Setembro. É confortável pensar assim, mas talvez valha a pena pensar que, por cá, nem é preciso ao país entrar em guerra. Basta a selecção de futebol andar a correr atrás da bola no Europeu para ver dezenas de jornalistas a comportarem-se com uma objectividade e espírito critico que fariam Luís Delgado e António Vitorino corar de vergonha. O “caso Ronaldo” é exemplar. Apesar de se tratar de um jogador que, estando sob contrato com o Manchester, faz declarações quase diárias sobre a incerteza do seu futuro e a sua vontade em jogar no Real Madrid, a única imagem que a imprensa transmite é a da desestabilização emocional provocada pelo assédio da comunicação social espanhola e do clube de Madrid... E o pior é que os intermináveis directos vazios de conteúdo informativo são apenas o sinal mais visível do que se passa noutra esferas da sociedade, onde uma visão muito redutora do “interesse nacional” leva uma parte considerável da imprensa a fazer um registo semi-oficioso de acontecimentos como as visitas oficiais do primeiro-ministro. Ou será que não acontece nada mais importante do que o jogging do PM?

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