Desculpem lá não entrar na histeria nacional que varre a imprensa e blogosfera, e que já vai no Procurador Geral da República, mas talvez valha a pena parar um pouco para perceber que o que se passou no Carolina Michaellis é um caso disciplinar que deve ser resolvido dentro da escola, sendo completamente descabido que o própro
na investigação criminal do sucedido.
O mesmo Procurador Geral da República que precisou de ler quatro edições de uma investigação efectuada pelo Expresso - com base em material de prova que estava há anos na posse do MP - para perceber que tinha que fazer qualquer coisa sobre o Casino de Lisboa, dedica agora meios e recursos para investigar aquilo que, sendo um lamentável caso de indisciplina e insolência, não deve deixar de ser equacionado à luz da relativa gravidade do incidente.
Mas o coro de apoio ao anúncio feito por Pinto Monteiro não se fez esperar. Afinal a “turba” de “canalhas” tem que ser posta na ordem e os professores não têm meios para o fazer. A sério? Será que quem anda há uma semana a proferir afirmações destas, que passam por uma verdade incontestável e inquestionável, alguma vez
Advertência, Suspensão, ou expulsão com decorrente perda do ano lectivo. O que é que querem mais? Colocar uma míuda malcriada no pelourinho e, de permeio, fazer um retrato de toda uma geração a partir de um caso que, podendo não ser isolado, será sempre ultra-minoritário? Quer me parecer que há por aí muito boa gente que "anda nisto" apenas para provar que esta é que é mesmo a geração rasca.
De
Bruno C. a 26 de Março de 2008 às 23:53
Este acontecimento está a ficar como os videos que aparecem nas televisões, cada vez mais turva.
É fantástico como um incidente destes serve para por em causa tudo, as escolas, os professores os alunos e em última análise toda uma geração.
É triste, até parece que não existem coisas muito mais importantes para serem faladas do que uma aluna histérica que não queria dar o telemovel à professora.
Como já disse num outro comentário é muito perigoso tirar conclusões genéricas sobre um caso particular. Sobretudo porque me parece obvio desde o inicio que não há lugar a grandes dissertações. Há pessoas que t~em de ser punidas e as regras já existem para o efeito. Apliquem-se e é tudo. Depois disso feito e com a calma que a reflexão trás então discuta-se se há aqui algum problema de fundo não endereçado pelas actuais regras e leis. Mas isto sou eu ... provavelmente devo estar a ver mal o filme.
Suspensão não serve para nada, para a aluna vai ser apenas uma ou duas semanas de férias com as faltas justificadas.
Quanto à expulsão é muito dificil de fazer e não sei se neste caso viria a acontecer.
Repreensão e repreensão registada incomodam menos que uma mosca a voar à volta da cabeça.
Mas a ideia do pelourinho até que nem é má.
Da expulsão não decorre a perda do ano lectivo, já que o aluno expulso é obrigatoriamente integrado noutra escola. E mesmo que decorresse, muitas vezes o aluno está-se pura e simplesmente a borrifar para isso.
O que é que eu queria mais? Multas pesadas aos encarregados de educação, como acontece na maior parte dos países da Europa.
À falta disto, sugiro aos professores brutalizados que ponham processos cíveis aos pais dos alunos e lhes exijam pipas de massa.
De João Serpa a 29 de Março de 2008 às 14:44
"Multas pesadas aos encarregados de educação, como acontece na maior parte dos países da Europa"
Para situações destas? Faça-me lá a lista, p,f. , dessa maioria de países europeus. É que estou inclinado a pensar que a sua estatística está ao nível dos resultados do Pisa.
De Bang Bang a 27 de Março de 2008 às 12:29
Excelente post, Pedro.
De Ana Pereira a 27 de Março de 2008 às 15:17
O Sr.Procurador parece que não tem assuntos para tratar relativamente aos crimes de colarinho branco e da criminalidade organizada.Esta questão é um problema de disciplina não tem que ir parar aos tribunais.A escola e os pais dos alunos tem que encarar a melhor forma de evitar que estas atitudes lamentáveis quer com os professores,funcionários e outros alunos se verifiquem.Deixem lá os tribunais por o serviço em dia que anda bastante atrazado
"Prontos", não é, portanto? A Aluna-meliante-agressora já teve o merecido castigo, o Aluno-malfeitor-operador de câmara não deve perder pela demora, a Senhora Professora, essa, decerto continuará a arrastar o seu rabo por baixo daquela mesma gabardine, todos os dias de chuva, para aquela mesma Escola (sim, que mudar de Escola todos os anos é para os maçaricos...) e repetir os mesmos erros grosseiros impunemente, agora não, não quero acreditar, para além disto tudo, que já é bem triste, ainda vamos ter o Senhor, perdão, Sua Excelência o Senhor Procurador-Geral da República, a perder o seu rico (riquíssimo?) tempo com estas bagatelas, e ninguém o manda à fava?
Então ele não tem nenhum livrinho à mão para ler, sim, um daqueles romances tipo Carolina Salgado, que ele confessou ir ler "no fim-de-semana" para decidir se havia ou não motivo para intervenção da P.-G. R. sobre um caso (minudências, sem dúvida...) como a ageressão a um Vereador eleito?
Este País já não é só uma anedota, é mesmo todo um filme com o António Silva - do melhor!...
Inteiramente de acordo com o que diz o "post". O problema é que se quer fazer deste caso um exemplo, fingindo que se faz alguma coisa. Já se fala na aplicação à miúda da Lei Tutelar Educativa que é para actos qualificadois como crime! Entendamo-nos: apenas estamos perante uma jovem mal educada. Se as restantes "autoridades" querem, de facto, fazer algo, intervenham a montante da Escola com políticas sociais e a jusante, na economia (com mais oferta para empregos qualificados, os tais que justificam andar na Escola).
De abrasivo a 27 de Março de 2008 às 21:44
Eu chego a duvidar de que seja má-criação (http://abrasivo.blogs.sapo.pt/88062.html).
De Zeca Portuga a 27 de Março de 2008 às 22:31
Carissimo Sr. Pedro Sales:
Certamente já viu que as coisas não são assim. O estatuto do aluno não está em vigor naquela escola, como em muitas no país, tão só porque o governo (ou o desgoverno) continua diarreia legislativa inconsistente. Isto porque, o estatuto do aluno implica a alteração do regulamento interno das escolas. Mas como o governo só soube isso depois de publicar a lei, mandou suspender a aplicação do estatuto, até à alteração do regulamento interno de cada escola (que neste caso ainda não aconteceu).
Depois, o estatuto do aluno não muda nada. O regime sancionatório é praticamente o mesmo. O que acontece, é que as escolas não o podem aplicar. Se o levarem a rigor, todos os dias há inqueritos, processos, suspensões... etc.
A situação nas escolas é de marginalidade extrema e impunidade total.
O que podem os professores fazer!?
É claro que a maioria dos professores passou não participar estas ocorrências - é perda de tempo, e amontuar papeis na pasta do director de turma.
O que deveria fazer a professora?
Responde-se aqui: a aluna recusa-se a entregar o telemóvel, fica com ele e continua a telefonar (para a mãe, que é conivente).
Chama-se quem? As auxilares que são ainda mais maltratadas que a professora?
O Conselho executivo? Isto é brincadeira!!!
O que o Sr. Procurador disse, é mais pura verdade: As escolas são os locais onde nasce toda a delinquência, toda a violencia, todo o banditismo que os nossos jovens espalham pela sociedade. São os locais menos seguros para ter os nossos filhos, e os piores para a sua educação.
Aqui cruza-se o problema dos professores: como pode um professor ser avaliado pelas notas e pelas faltas de alunos como estes? Com que justiça!?
Esta turma é uma turma do curriculo normal. se fosse um curso de educação e formação ou um PIEF, as coisas seriam (são) muito piores.
Não custa comentar. Há é pouco que saiba o que diz.
De APG a 29 de Março de 2008 às 23:25
Para defender o seu ponto de vista - que há indisciplina nas escolas e que os professores sentem cada vez mais dificuldades em controlar essa indisciplina - precisa de ser preconceituoso e generalista? É que esse discurso já enfastia...
De APG a 29 de Março de 2008 às 23:31
Refiro-me ao comentário do Zeca Portuga, é claro.
De Zeca Portuga a 30 de Março de 2008 às 14:13
Assusta-o a realidade, ou gosta mais da tactica do avestruz!?
A si enfastia, mim, que vivo a situação os dias, dá nojo e arrepios.
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