17
Mar08
Relatório minoritário
Pedro Sales
As autoridades policiais britânicas pretendem recolher amostras de ADN dos alunos do 1.º ciclo cujo comportamento indique que podem vir a ser criminosos. "Quanto mais novos melhor", defende Gary Pugh, afirmando que as amostras devem ser recolhidas logo aos cinco anos. Uma medida "preventiva", diz o director forense da Scotland Yard, que defende esta aproximação "minimalista" devido às dificuldades logísticas e de custos inerentes à fichagem do código genético de todos os cidadãos. Não sendo possível esse sonho de qualquer ditador das mais conhecidas distopias literárias do século XX, a polícia britânica pretende que os professores denunciem os meninos mais predispostos a roubar o chupa-chupa do colega.
Curioso, é que o também porta-voz da associação de oficiais da polícia, reconhece os mais que evidentes problemas de estigmatização social, consentimento dos pais e do papel dos professores na identificação dos criminosos de fraldas. Só que, para uma polícia que já tem as amostras ADN de 4,5 milhões de cidadãos, os avanços no combate à criminalidade compensam essas minudências éticas. O que vale é que, neste admirável mundo novo, há sempre um qualquer benefício para justificar a caminhada para um Estado policial cada mais apertado e tecnologicamente evoluído.