18
Fev08
Uma estranha forma de fazer negócios
Pedro Sales
O JCD, numa caixa de comentários do Blasfémias, diz que não encontra nenhum problema na gestão do negócio com o Casino de Lisboa. “A Estoril Sol ofereceu 30 milhões de euros à cidade, partindo do princípio que o património imobiliário ficava do seu lado. Se é reversível, em vez de 30, estariam dispostos a dar, digamos, 10. Têm é que decidir. A reversibilidade custa dinheiro.”
Quando se candidatou à gestão do Casino de Lisboa, a Estoril Sol conhecia as regras de negócio e aceitou-as. A legislação então em vigor era bem clara, dizendo que, finda a concessão, a propriedade dos edifícios do Casino revertia para o Estado. Se a Estoril Sol considerava que essa regras não lhe eram favoráveis, não se candidatava à concessão. Se aceitou, devia cumpri-las. Mas não, preferiu tentar persuadir um simpático governante em longas e detalhadas conversas telefónicas, enviando ainda uma carta sugerindo alterações legislativas em proveito próprio. Uma modificação que, segundo a Estoril Sol, seria "totalmente imperceptível" e "insusceptível de ser relacionável com a clarificação da situação concreta" do Casino de Lisboa. Imperceptível não foi, mas aparentemente encontrou do outro lado do telefone quem lhe fizesse a vontade.
A linguagem e os métodos são elucidativos da promiscuidade existente entre a Estoril Sol e o PP. O JCD não vê nenhum problema nisso, porque ele e a maioria dos liberais nunca encontra nenhum problema em tudo o que a iniciativa privada faz ou deixa de fazer. É imperscrutável e infalível, porque são seus os amanhãs que cantam. Quando erra é porque vive espartilhada pelo socialismo constitucional em que vivemos. É fácil analisar tudo com a segurança de uma grelha estanque à realidade.
Quando se candidatou à gestão do Casino de Lisboa, a Estoril Sol conhecia as regras de negócio e aceitou-as. A legislação então em vigor era bem clara, dizendo que, finda a concessão, a propriedade dos edifícios do Casino revertia para o Estado. Se a Estoril Sol considerava que essa regras não lhe eram favoráveis, não se candidatava à concessão. Se aceitou, devia cumpri-las. Mas não, preferiu tentar persuadir um simpático governante em longas e detalhadas conversas telefónicas, enviando ainda uma carta sugerindo alterações legislativas em proveito próprio. Uma modificação que, segundo a Estoril Sol, seria "totalmente imperceptível" e "insusceptível de ser relacionável com a clarificação da situação concreta" do Casino de Lisboa. Imperceptível não foi, mas aparentemente encontrou do outro lado do telefone quem lhe fizesse a vontade.
A linguagem e os métodos são elucidativos da promiscuidade existente entre a Estoril Sol e o PP. O JCD não vê nenhum problema nisso, porque ele e a maioria dos liberais nunca encontra nenhum problema em tudo o que a iniciativa privada faz ou deixa de fazer. É imperscrutável e infalível, porque são seus os amanhãs que cantam. Quando erra é porque vive espartilhada pelo socialismo constitucional em que vivemos. É fácil analisar tudo com a segurança de uma grelha estanque à realidade.