21
Set07
Uma forma original de capitalismo
Pedro Sales
Nos primeiros quatro meses de serviço, as composições do Metro Sul do Tejo transportaram, em média, três passageiros por carruagem. São 15 mil euros de prejuízo diário, avança o Diário de Notícias na sua edição de quarta-feira. Uma verba que terá que ser paga pelo Estado à concessionária privada, que já reclama uma indemnização de 68 milhões de euros pelo incumprimento dos prazos. É certo que o traçado ainda está incompleto, e ainda não chegou a Almada, mas, como dizem todos os especialistas ouvidos pela imprensa, os preços praticados são demasiado altos para demover os cidadãos de usarem o transporte privado. O Metro Sul do Tejo tem tudo para ser um desastre financeiro.
Como já tinha feito com a Ponte Vasco da Gama, e foi arrasado pelo Tribunal de Contas, o Estado volta a concessionar a prestação de um serviço com base numa expectativa negócio. Se as previsões se confirmarem os privados lucram com o dinheiro dos bilhetes; se os passageiros não aparecerem, os privados lucram com as indemnizações compensatórias pagas pelo Estado. No caso da ponte Vasco da Gama, os cofres públicos deverão pagar à Lusoponte indemnizações que deverão ser suficientes para fazer três pontes.
É uma forma original de capitalismo, sem risco e com o lucro sempre garantido. Os liberais, que peregrinam semestralmente até ao Convento do Beato para dizer mal do peso do Estado na economia, não o largam de cada vez que querem ganhar dinheiro. Primeiro estranha-se, depois entranha-se.
Como já tinha feito com a Ponte Vasco da Gama, e foi arrasado pelo Tribunal de Contas, o Estado volta a concessionar a prestação de um serviço com base numa expectativa negócio. Se as previsões se confirmarem os privados lucram com o dinheiro dos bilhetes; se os passageiros não aparecerem, os privados lucram com as indemnizações compensatórias pagas pelo Estado. No caso da ponte Vasco da Gama, os cofres públicos deverão pagar à Lusoponte indemnizações que deverão ser suficientes para fazer três pontes.
É uma forma original de capitalismo, sem risco e com o lucro sempre garantido. Os liberais, que peregrinam semestralmente até ao Convento do Beato para dizer mal do peso do Estado na economia, não o largam de cada vez que querem ganhar dinheiro. Primeiro estranha-se, depois entranha-se.