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À primeira vista não se percebe muito bem o interesse que o PSD parece ter na escolha de um “dos seus” para a liderança do banco público. Se há dinâmica no nosso país que se revela mais forte do que o bloco central, é o bloco central dos interesses. E esse, como se sabe, começa e acaba no governo em exercício de funções. É o Governo que assina os cheques com os escritórios de advogados e empresas de consultoria. É o Governo que assina as lucrativas concessões que fazem andar e lucrar certo país que passa o resto da semana a criticar o Estado. Não é preciso ir muito longe para se perceber como funcionam as coisas. Fixemo-nos em António Mexia. Santanista desde pequenino, desde que foi nomeado por Sócrates para a EDP tem-se portado como o mais diligente dos socialistas. Mexias há muitos. O barulho de Menezes, que não hesita em vir pedir umas cunhas em público, não tem nada a ver com a importância de manter alguém da área da oposição na Caixa e no Banco de Portugal. Para manter o poder é preciso transmitir a imagem de que se tem algum para dividir e distribuir. Anima as hostes e mantém-nas unidas. Evita a deserção para o outro campo. Os governos vão cedendo, pontualmente. Porque é irrelevante para a sua gestão do poder e porque, no fundo, mantém a aparência e garante a estabilidadezinha com que se vão fazenda as coisas neste nosso país. E os negócios.