29
Dez07
E para o ano, se não der muito trabalho, vejam lá se acabam com o desemprego e colocam a economia a
Pedro Sales
"Se o Sol não tivesse nascido a 16 de Setembro de 2006, o concurso da Ota já se teria realizado e a localização do novo aeroporto de Lisboa seria irreversível". É desta forma que este semanário dá à estampa uma das mais delirantes notas editoriais de que há memória. "Só por isto teria valido a pena lançar este jornal", asseveram. O "só" é para enganar, claro, que não há espaço para a modéstia na capa deste semanário que nos faz o favor de adiantar os temas em que "marcou a agenda" de 2007."O Sol trouxe mais, muito mais, à imprensa portuguesa e ao país". É uma pena terem parado por aqui, porque aqui chegados já só estamos à espera de encontrar sinais indesmentíveis do contributo decisivo do semanário para a excelência do último filme dos irmãos Coen, nos avanços na pesquisa com células estaminais e para a assinatura do Tratado de Lisboa. A desmesurada imagem que José António Saraiva tem de si próprio é responsável por algumas dos mais hilariantes editoriais e crónicas de que há memória na imprensa nacional. Mas, que consiga transportar as suas idiossincrasias pessoais de uma forma tão marcada para a primeira página de um jornal com alguns excelentes profissionais, sem que ninguém tema cobrir-se de ridículo, começa a ser um caso de estudo que merece ser seguido com atenção.