19
Jun07
Ségolène "Endemol" Royal
Pedro Sales
Ségolène Royal decidiu aproveitar os directos televisivos do rescaldo eleitoral das eleições de domingo para anunciar que se iria separar do seu companheiro, o actual líder do Partido Socialista Francês (PSF), François Hollande. Pelo meio deixou umas inacreditáveis declarações sobre a eventual infidelidade de Hollande. Na televisão. Em directo. No rescaldo eleitoral de uma eleições legislativas.
A utilização da vida privada para servir os propósitos e ambições pessoais não é novidade na carreira de Ségolène. Há poucos meses, e em plena campanha eleitoral para a presidência, Ségolène pediu em casamento François Hollande, a pessoa com quem vive em união de facto há mais de 20 anos.
Das duas vezes o mesmo padrão: a vida privada como estratégia eleitoral ou para que se fale da sua carreira politica. Primeiro, para piscar o olho ao eleitorado mais conservador, que poderia desaprovar essas “modernices” das uniões de facto. Agora, para desviar as atenções dos resultados eleitorais de domingo. É que, contra todas as previsões, que o davam como arrumado, o PSF subiu 30% em relação às últimas eleições legislativas, conquistando 44 lugares no parlamento. Um mau sinal para quem quer disputar a liderança.
Ségolène escancarou as portas da sua vida privada a milhões e milhões de franceses para iniciar, de forma aberta, a corrida para o lugar daquele que é agora o seu ex-companheiro. Ninguém toleraria um duelo familiar pela liderança partidária. Segoléne sabia-o e sabia que o papel de vítima costuma render. A vida privada para chamar o interesse, a infidelidade como trunfo, foi o que pensou.
O problema é que, aberta a porta, todos querem entrar e já não há legitimidade para chamar o porteiro para reservar o direito de admissão. O truque pode funcionar, uma, duas ou até mais vezes. Mas não funciona sempre. O final será sempre patético.
Carrilho, e a descarada utilização eleitoral da sua família nas páginas da imprensa cor-de-rosa, é o exemplo português deste fenómeno. Quando era o próprio que “encomendava” reportagens descontraídas sobre a passeata familiar à Feira do Livro estava tudo bem, o pior foi quando a imprensa começou a questionar o uso e abuso da família para sacar uns votos.
Ségolène deixou de ser a candidata a líder do PSF. Passou a ser um fenómeno cor-de-rosa. Segurança social, Constituição Europeia, impostos? Who cares? Que legitimidade terá, doravonte, Ségolène para dizer que ninguém lhe pergunta nada sobre esses temas e que só querem saber com quem é que ela acha que andava enrolado François Hollande? Nenhuma.
Resta saber, o que é bastante duvidoso, é se alguma vez Ségolène teve pretensões a que isso fosse diferente.
p.s: Não, não és a única.
A utilização da vida privada para servir os propósitos e ambições pessoais não é novidade na carreira de Ségolène. Há poucos meses, e em plena campanha eleitoral para a presidência, Ségolène pediu em casamento François Hollande, a pessoa com quem vive em união de facto há mais de 20 anos.
Das duas vezes o mesmo padrão: a vida privada como estratégia eleitoral ou para que se fale da sua carreira politica. Primeiro, para piscar o olho ao eleitorado mais conservador, que poderia desaprovar essas “modernices” das uniões de facto. Agora, para desviar as atenções dos resultados eleitorais de domingo. É que, contra todas as previsões, que o davam como arrumado, o PSF subiu 30% em relação às últimas eleições legislativas, conquistando 44 lugares no parlamento. Um mau sinal para quem quer disputar a liderança.
Ségolène escancarou as portas da sua vida privada a milhões e milhões de franceses para iniciar, de forma aberta, a corrida para o lugar daquele que é agora o seu ex-companheiro. Ninguém toleraria um duelo familiar pela liderança partidária. Segoléne sabia-o e sabia que o papel de vítima costuma render. A vida privada para chamar o interesse, a infidelidade como trunfo, foi o que pensou.
O problema é que, aberta a porta, todos querem entrar e já não há legitimidade para chamar o porteiro para reservar o direito de admissão. O truque pode funcionar, uma, duas ou até mais vezes. Mas não funciona sempre. O final será sempre patético.
Carrilho, e a descarada utilização eleitoral da sua família nas páginas da imprensa cor-de-rosa, é o exemplo português deste fenómeno. Quando era o próprio que “encomendava” reportagens descontraídas sobre a passeata familiar à Feira do Livro estava tudo bem, o pior foi quando a imprensa começou a questionar o uso e abuso da família para sacar uns votos.
Ségolène deixou de ser a candidata a líder do PSF. Passou a ser um fenómeno cor-de-rosa. Segurança social, Constituição Europeia, impostos? Who cares? Que legitimidade terá, doravonte, Ségolène para dizer que ninguém lhe pergunta nada sobre esses temas e que só querem saber com quem é que ela acha que andava enrolado François Hollande? Nenhuma.
Resta saber, o que é bastante duvidoso, é se alguma vez Ségolène teve pretensões a que isso fosse diferente.
p.s: Não, não és a única.