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Jul07
O aborto às 920 semanas
Pedro Sales
Uma semana depois, Cavaco Silva lá disse o que pensava sobre a ameaça de Alberto João Jardim não aplicar a lei do aborto na Madeira. Quando se julgava que, enquanto responsável máximo pelo garante da constituição, teria qualquer coisa a dizer por este evidente atropelo à letra da lei, o Presidente da República entende que não tem nada a ver com o assunto. “Quando a legislação não é aplicada, os cidadãos podem recorrer a instâncias próprias, ao sistema de justiça”, disse.
Sigamos, então, o raciocínio de Cavaco. Uma mulher madeirense pretende abortar. Desloca-se a um hospital onde, cumprindo ordens de Alberto João Jardim, lhe barram a pretensão a um direito consagrado na lei. Ouviu o Presidente nas rádios e televisões. Protesta e recorre às instâncias judiciais. Quando o seu filho está na universidade, o tribunal dá-lhe razão.
Sigamos, então, o raciocínio de Cavaco. Uma mulher madeirense pretende abortar. Desloca-se a um hospital onde, cumprindo ordens de Alberto João Jardim, lhe barram a pretensão a um direito consagrado na lei. Ouviu o Presidente nas rádios e televisões. Protesta e recorre às instâncias judiciais. Quando o seu filho está na universidade, o tribunal dá-lhe razão.