03
Fev08
Workaolic
Pedro Sales
O deputado do CDS-PP Telmo Correia assinou cerca de três centenas de despachos como ministro do Turismo na madrugada do dia em que o novo executivo, liderado por José Sócrates, foi empossado no Palácio da Ajuda. Apesar de estar em gestão corrente, o ex-ministro do Governo de Santana Lopes fez uma verdadeira maratona que quase não lhe deu tempo para se inteirar do que estava a assinar à pressa, após ter passado mais de uma dezena de dias sem ir ao Ministério do Turismo. Entre os documentos assinados, estava a segunda versão do parecer da Inspecção-Geral de Jogos que implicava a não devolução ao Estado do edifício do Casino de Lisboa, no Parque Expo, no final da concessão à Estoril Sol, notícia ontem avançada pelo Expresso.Isto é que é apego ao trabalho e brio profissional. Já sabendo que vai ser despedido, continua, até altas horas da noite, a cumprir o seu (desinteressado) dever profissional.
Mais extraordinário ainda é ter que ouvir, na RTP, o administrador da Estoril Sol, Mário Assis Ferreira, a explicar que o Estado teve que entregar o edifício à empresa detentora do Casino porque esta teve que suportar sozinha, e sem comparticipação pública, as despesas de reconversão do Pavilhão do Futuro - no valor de 111 milhões de euros. A resposta só não chega a ser caricata porque, pelos vistos, alguém no PP a levou a sério e fez a vontade à Estoril Sol. Estranho país este em que o Estado entrega os hospitais públicos à iniciativa privada e, ao mesmo tempo, se sente na obrigação de comparticipar as despesas de um casino.
Mais extraordinário ainda é ter que ouvir, na RTP, o administrador da Estoril Sol, Mário Assis Ferreira, a explicar que o Estado teve que entregar o edifício à empresa detentora do Casino porque esta teve que suportar sozinha, e sem comparticipação pública, as despesas de reconversão do Pavilhão do Futuro - no valor de 111 milhões de euros. A resposta só não chega a ser caricata porque, pelos vistos, alguém no PP a levou a sério e fez a vontade à Estoril Sol. Estranho país este em que o Estado entrega os hospitais públicos à iniciativa privada e, ao mesmo tempo, se sente na obrigação de comparticipar as despesas de um casino.