19
Set07
A contaminação
Pedro Sales
Os referendos sobre questões europeias, pela sua complexidade, acabam invariavelmente por ser contaminados e importunados por discussões sobre questões nacionais, declarou ontem Luís Filipe Menezes, para justificar a sua oposição a um referendo sobre o Tratado Europeu. É uma posição insustentável, que inacreditavelmente tem os seus seguidores, e guiada apenas pela necessidade de se demarcar, em tudo o que mexe, das propostas e compromissos de Marques Mendes.
Actualmente, calcula-se que entre 70 a 80 por cento da legislação nacional seja a transposição, directa ou indirecta, de directivas comunitárias. A política monetária é europeia. A política agrícola está subordinada, em larga medida, a quotas e objectivos traçados em Bruxelas. Não sei como é que Menezes entende que se pode discutir a Europa sem discutir Portugal, e discutir os problemas nacionais sem discutir a Europa. O resultado é uma discussão puramente semântica e vazia de conteúdo. Reconheça-se, em todo o caso, que nesse campo Luís Filipe Menezes é um mestre. Tem sido essa a equação que lhe tem permitido manter-se há décadas no palco da politica nacional.
Actualmente, calcula-se que entre 70 a 80 por cento da legislação nacional seja a transposição, directa ou indirecta, de directivas comunitárias. A política monetária é europeia. A política agrícola está subordinada, em larga medida, a quotas e objectivos traçados em Bruxelas. Não sei como é que Menezes entende que se pode discutir a Europa sem discutir Portugal, e discutir os problemas nacionais sem discutir a Europa. O resultado é uma discussão puramente semântica e vazia de conteúdo. Reconheça-se, em todo o caso, que nesse campo Luís Filipe Menezes é um mestre. Tem sido essa a equação que lhe tem permitido manter-se há décadas no palco da politica nacional.