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Zero de Conduta

Zero de Conduta

18
Jun08

Sol na eira e chuva e nabal

Pedro Sales

O Governo português adoptou uma nova e original estratégia. Não se opõe às directivas mais polémicas da União Europeia, como a do retorno dos imigrantes ilegais ou a das 65 horas semanais de trabalho, mas diz que não as irá aplicar em Portugal. Alguém já devia ter explicado duas coisas ao nosso diligente Governo. As directivas comunitárias, depois de aprovadas, são transpostas para a legislação nacional. O Governo até pode passar ao lado das medidas e prazos mais polémicos, como agora garante, mas quem é que nos assegura que será essa a posição do executivo seguinte ao encontrar a porta aberta? É quase certo que Portugal não conseguiria travar estas directivas, mas uma maior firmeza nas convicções, alinhando com os  países que se opuseram à alteração do horário de trabalho, não teria ficado nada mal. Assim, parece que há um discurso para consumo interno e uma preocupação internacional em não manchar a imagem de bom aluno. Ou a carreira de José Sócrates, para usar a expressão do próprio.

18
Jun08

Hulk é mau filme. Hulk é porcaria filme

Pedro Sales
18
Jun08

A Europa está em crise (II)

Pedro Sales

O Parlamento Europeu aprovou hoje a directiva do retorno, também conhecida como a directiva da vergonha. É um nome mais correcto para um documento que permitirá a detenção, por um período que pode chegar aos 18 meses, dos imigrantes ilegais e das crianças que não se encontrem acompanhadas. Em tempos de crise a direita reage como sempre faz quando quer manter o apoio popular, mostrando-se forte com os mais fracos dos mais fracos. O apoio de grande parte da bancada socialista ainda é mais vergonhoso.


Os imigrantes representam menos de 5% do total de cidadãos residentes em Portugal. Contribuem para a segurança social e para a riqueza do país, ocupando grande parte dos trabalhos que mais ninguém aceita. Num país crescentemente envelhecido, o futuro de Portugal passará pela forma como souber integrar a riqueza da diversidade dos seus conhecimentos, nunca pela diabolização dos imigrantes. Mas não deixa de ser sintomático encontrar Paulo Portas, que vem exigido medidas quase diárias do Estado para reverter o declínio da taxa de natalidade, assumir-se como o principal defensor desta directiva. No fundo bate certo. Grande parte do discurso sobre a tragédia que é a diminuição da taxa de natalidade, apenas pretende esconder a rejeição sistemática da imigração. Paulo Portas aí está para o provar.

18
Jun08

Ajuste de contas

Pedro Sales

Em vez de assumir a responsabilidade pelo estado miserável em que deixou a gestão camarária da capital, o PSD insiste em usar uma maioria resultante de uma eleição sem qualquer tipo de legitimidade política para ajustar contas com o passado. Só assim se compreende que o PSD tenha feito a Assembleia Municipal de Lisboa aprovar uma moção de censura ao vereador Sá Fernandes...por causa de uma decisão do vereador Marcos Perestrello. A iniciativa, que não tem qualquer resultado prático, torna-se ainda mais caricata quando se percebe que a moção é unipessoal e não é extensível ao executivo, como manda a lei.

Mas o melhor estava guardado para o fim. Um dos motivos para a moção de censura é a presença de uma placa, alusiva ao financiador das obras de requalificação de um parque infantil, transformada pelo PSD na tentativa de “privatizar o Jardim da Estrela, entregando-o à conhecida cadeia de hipermercados Continente, mais uma vez prejudicando todos os seus utilizadores em benefício de um poderoso grupo económico”. Bem pode Ferreira Leite ganhar as directas que quiser no PSD. O seu partido provou ontem que continua agarrado a uma imagem providencial de Santana Lopes, cuja gestão ainda defende, e não hesita em usar uma maioria fraudulenta para ajustar as contas com um passado em que Sá Fernandes lhes estragou os negócios para a privatização de um espaço público que agora parecem ser os mais acérrimos defensores. Olha quem...

17
Jun08

Trabalhar para (sobre)viver

Pedro Sales
17
Jun08

O buzinão

Pedro Sales

Milhares de portugueses acordaram hoje decididos. O preço dos combustíveis não pára de subir e o dia de hoje é tão bom como outro qualquer para se marcar uma posição. Levantaram-se, tomaram o pequeno-almoço e entraram no carro decididos a buzinar até chegar ao trabalho. Ao seu lado, quem ia nos transportes públicos deve ter achado tudo aquilo um bocado estranho. A mim também.  

17
Jun08

Com toda a dranquilidade

Pedro Sales

O Tuttosport fez as contas e constatou que, de acordo com o valor de mercado dos jogadores, a selecção portuguesa de futebol é a mais cara do Euro 2008. São mais de 300 milhões de euros. É verdade que ajuda ter Ronaldo, que custa mais que toda a equipa da Áustria, ou o facto dos extremos nacionais estarem avaliados em 185 milhões de euros. Um dado em comum. Simão, Quaresma, Ronaldo e Nani são todos oriundos das escolas de formação do Sporting, de onde já tinham vindo Figo ou Futre. O mais curioso é que, apesar de se ter notabilizado por ter os melhores extremos do mundo, e de ter facturado mais de 60 milhões de euros em poucos anos com a sua transferência, o Sporting deixou de jogar com extremos. Ou melhor, as escolas de formação jogam, mas a equipa principal não. Fiel ao tal losango, de Paulo Bento, o Sporting parece andar a formar jogadores para as outras equipas. Deve ser a isso que Soares Franco chama “valorizar os activos do Sporting”. Eu chamar-lhe-ia outra coisa.

16
Jun08

Marketing global, xenofobia local

Pedro Sales

Ontem, poucos minutos antes do jogo com a Suíça, era esta a edificante mensagem que estava no gigantesco cartaz da Nike no Saldanha. Dias antes anunciava que “tínhamos” feito os turcos em shoarma. Como ontem perdemos com a Suíça, a frase de hoje já não faz nenhuma alusão ao adversário, perdendo-se uma excelente oportunidade para a Nike fazer  piadas de mau gosto com os queijos ou chocolates suiços. O mais engraçado é que estas frase não se encontram no site português da campanha da Nike, nem no blogue que a mesma impinge como se fosse da selecção. Compreende-se. A campanha pode ser global, mas o chauvinismo xenófobo varia de país para país. O que eu gostava mesmo de saber é que lindas frases sobre Portugal estarão hoje espalhadas na Suíça. Qualquer coisa do género, “até os fizemos arrotar o chouriço”, ou, melhor, “até os fizemos cortar o bigode”.

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