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Zero de Conduta

Zero de Conduta

30
Set07

Afirma Pereira que é um delito de opinião

Pedro Sales
Um dos skinheads que vandalizou o cemitério judeu, num inqualificável acto anti-semita, consta no processo no qual são acusados mais de 30 skinheads nacionais, por crimes como a posse ilegal de armas, agressões, ameaças, insultos, sequestros, distribuição de propaganda nazi e discriminação racial. O mesmo processo pelo qual Mário Machado se encontra em prisão preventiva e que, segundo Pacheco Pereira, “aponta para razões puramente políticas, o que é inadmissível numa democracia”. De resto, acrescenta, Mário Machado apenas "é acusado de incitar ao ódio racial, algo que em países genuinamente liberais não é crime nem sequer delito de opinião".

Pacheco Pereira vive obcecado em provar a correlação entre a violência da extrema-direita e da extrema-esquerda, até porque, segundo o próprio, esta última é desvalorizada socialmente pelos meios de comunicação. Para que a tese funcione tem que desvalorizar os crimes dos skinheads, como faz com Mário Machado, e reagir em catadupa sobre a alegada complacência perante a destruição dos “verdeeufémios”. Não foi por acaso que passou metade do mês de Agosto a escrever post sobre post sobre a destruição de um hectare de milho em Silves. Para quem tinha dúvidas sobre a motivação de Pacheco Pereira, bastaria esta citação: o que está esclarecido mostra nonchalance face à violência da extrema-esquerda, correlativa da excitação com a extrema-direita (tenho a certeza que Sócrates já teria aparecido a "acalmar" o povo se o incidente viesse da outra extrema). Como se vê, não só Sócrates não falou, como a imprensa não dedicou um décimo do destaque que concedeu ao campo de milho de Silves. E Pacheco continua calado.
30
Set07

Santana 2.0

Pedro Sales
Desde que António Guterres ganhou as eleições em 1995, o PSD esteve três anos no poder, e, mesmo aí, apenas em coligação com o PP. Se atendermos a que as próximas eleições legislativas só terão lugar em 2009, são 11 anos fora de São Bento. Muito tempo para um partido cuja referência ideológica é o poder e a sua base programática o seu exercício. Sem a sua expectativa, ou mesmo ilusão, o partido dilui-se em pequenos grupos e perde as suas referências políticas.

A degradação política e ética do partido, bem patente nos sucessivos episódios das “directas”, vem daí. O partido tem pressa em chegar ao poder, os métodos pouco importam. As “bases”, essa imanação “pura” da politica, impoluta e sem interesses obscuros, ratificou o seu novo salvador. Não aguentam mais continuar a assistir às nomeações dos deputados municipais e vereadores socialistas para centros de saúde ou direcções gerais ou regionais da administração pública. Já deram muito ao partido e querem o retorno. Menezes, o homem que “ganha eleições”, foi o seu escolhido, como antes tinha sido Santana pelas mesmíssimas razões. Foi este povo que encheu a sede de candidatura de Menezes na sexta-feira à noite, com evidente consternação nos jornalistas que não encontravam ninguém “conhecido” para entrevistar nos directos que se seguiram à vitória de Menezes.

Não falta quem aponte a vitória de Menezes à omissão dos barões, senadores, notáveis ou às elites do PSD, terminologia distinta para designar todos os “conhecidos” que não estiveram no Sheraton. Sabendo que José Sócrates deverá ganhar em 2009, resguardaram-se e não deram a cara nas “directas”. É verdade, mas convém ter os pés assentes no chão. A sobrevalorização da influência dos “barões” na vida interna do PSD é uma das maiores construções sociais e mediáticas dos últimos tempos. Wishful thinking de quem ainda divide o PSD entre a boa e a má moeda. Sem a ilusão da vitória nas eleições, nenhum notável arrasta as bases do partido com base no seu belo nome, valendo tanto como qualquer outro. Um voto. E votos há muitos, seja no multibanco da esquina ou nas promessas que se fazem para as próximas listas eleitorais.
29
Set07

Indie ma non troppo

Vasco Carvalho

1 2 3 4, Feist

O publicidade do novo iPod nano pegou numa obviamente cool Leslie Feist e as buscas no Yahoo e no Google dispararam. O vídeo de 1 2 3 4 no YouTube está quase nos 2,5 milhões de visitas. Na caixa de comentários alguém descreveu o fenómeno como the official "macarena" of Canada. No que é a última vaga Apple, Feist chegou ao Letterman em finais de Agosto.

Feist - classificada como 'alternative' no iTunes, ou 'indie' no seu grupo anterior, Broken Social Scene - parece ser um hit publicitário, contando já com anúncios da Lacoste, HSBC, Verizon, LG, HBO, Urban Outfitters e eBay.

Indie ma non troppo. Tal qual como a Apple, que celebra a venda do iPod número 100000000 (cem milhões) e a venda do primeiro milhão de iPhones.
29
Set07

A nova guerra fria

Pedro Sales
(Calote gelada a esverdeado. A versão de alta definição desta imagem da
Agência Espacial Europeia pode ser encontrada aqui).


O aquecimento global está a derreter o Pólo Norte a uma velocidade superior às previsões dos modelos climáticos mais pessimistas. A calote gelada tem, actualmente, 3 milhões de quilómetros quadrados, tendo diminuído na última década a uma média anual de 100 mil quilómetros quadrados. Uma redução tão acentuada que permitiu - pela primeira vez desde que há registos - a abertura de uma nova rota de navegação marítima no topo do planeta.

Uma catástrofe ecológica eminente que deveria preocupar as principais nações, poderíamos pensar. Nem por isso. Em todas as tragédias há quem vislumbre oportunidades de negócio e as que, agora, estão à mão de semear no Pólo Norte são as mais apetecíveis: petróleo e gás natural. Em grandes quantidades. Enquanto a maioria dos líderes mundiais se juntavam em Nova Iorque para anunciar a sua preocupação com o aquecimento global, o mundo que verdadeiramente conta festeja as possibilidades entreabertas com a abertura de um novo corredor marítimo que permite revolucionar o comércio internacional. Basta ler o artigo da Time, transcrito esta semana pela Visão, para perceber como só agora começou a guerra fria pelo controlo político, e económico, desta região, envolvendo os Estados Unidos, Rússia, Canadá e Noruega.

Suprema ironia. As novas reservas de combustíveis fósseis estão agora acessíveis graças à destruição ecológica causada pela emissão poluente desses mesmos combustíveis. Na natureza, nada se perde, tudo se transforma. O problema é quando o ser humano se intromete na equação.
29
Set07

Bom dia,

Vasco Carvalho
são 5:30 da manhã de Sábado, 29 de Setembro de 2007. O Zero de Conduta anuncia, com algum pesar, o regresso em força desse PSD achinelado, expressão trágico-cómica da via pop-chunga para a Social Democracia Portuguesa.

Fontes próximas da nova liderança asseguram o ZdC da existência de intensos contactos de bastidores, no que parece ser um esforço para formar rapidamente o governo sombra de Dr. Menezes. Apesar dos muitos rumores, o nome que todas as fontes parecem confirmar é, como já poderiam adivinhar, o de Alexandre Frota.

Alexandre Frota - Secretário de Estado para a Baixa Cultura

PSD
Por um Portugal Pop-Chunga
(e acabou a conbersa carago)
29
Set07

Cheira a futuro

Vasco Carvalho
"O democrático calça seu aperto de mão de camurça anti-séptica e tira macacos do nariz da criança para os comer em público. Delirantes os pais servem-lhe as crias numa travessa azul andorinha com um requerimento espetado na boca. O democrático que fez constar que a liberdade é o democrático gostar de leitão ingere a criança tostada numa mastigação que os microfones traduzem numa língua para falar às baratas e dá finalmente um arroto. «Cheira a futuro» dizem os pais com a mão na algibeira acariciando o seu orgão de continuidade. E cantam hinos até a polícia vir. (...) Felizmente o democrático não é outra coisa além do que não é. Se o democrático fosse uma oleografia de Nosso Senhor Jesus Cristo, encimava as camas de todos os bordéis latinos, cristianissimamente pendurado pelo fervoroso mau gosto das prostitutas."
(Natália Correia, Poesia Completa, 2ª edição, p. 334)
29
Set07

As directas já têm os seus vencedores

Pedro Sales
A questão deixa de ser 2009, passa a ser por quantos e saber se estará interessado em ir a votos em 2013. Menezes ganhou as directas sem apresentar uma ideia ou uma proposta digna desse nome. ão lhe vai bastar continuar a dizer o contrário de Marques Mendes. Deu para ganhar o partido, mas agora necessita de dar corpo a propostas e alternativas. Isso é toda uma outra história, ainda por cima desconhecida para Menezes.

A inconstância política de Menezes, bem revelada no caricato marca-desmarca do debate televisivo, vai ser o dia-a-dia do PSD com Menezes. Muito barulho, mas sem nada para dizer. Não será o festim que foi com Santana, mas andará lá perto. Podem começar a reservar umas páginas no principal jornal satírico, ainda por cima sem precisar de grande trabalho de edição.
Permaneceu à margem desta campanha, reservando-se. O seu grupo, contudo, tudo fez para que Menezes ganhasse as eleições. Deverá ser o novo líder parlamentar do PSD, cargo que lhe permitirá debater quinzenalmente com o primeiro-ministro. Será dele o principal palco da actividade política da oposição.
28
Set07

Desperdício público?

Pedro Sales
Os trabalhadores da General Motors voltaram ontem ao trabalho, depois de dois dias de greve que paralisaram as 80 fábricas do construtor nos EUA. Na origem do conflito estavam os cortes nos seguros de saúde dos 1,2 milhões de funcionários e reformados da empresa. A General Motors gasta mais em seguros de saúde do que no aço com que constrói os carros. São 5,2 mil milhões de dólares. Vale a pena comparar com o nosso Sistema Nacional de Saúde. São 11,2 mil milhões de dólares para 10 milhões de beneficiários, um custo por pessoa 4 vezes inferior.

A disparidade destes números, em benefício do sistema público, ajuda a perceber porque razão sendo os Estado Unidos o país que mais gasta em saúde, tem 46 milhões de cidadãos sem assistência médica e os seus indicadores não param de piorar. Quando os blogues liberais nos vierem novamente falar das virtudes da privatização de importantes segmentos dos serviços públicos, incluindo a saúde, vale sempre a pena lembrar este exemplo.

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