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Zero de Conduta

Zero de Conduta

27
Mai08

Eurodemagogia

Pedro Sales

Ao contrário de Paulo Portas e Passos Coelho, Sarkozy não quer descer os impostos do combustível. Quer acabar com eles de uma vez. E vai baixá-los? Não. Sarkozy diz que só o faz quando todos os outros países da UE estiverem de acordo, algo que sabe ser impossível e que foi prontamente posto de parte pela Comissão. Sarkozy descobriu uma inédita forma de demagogia. Defendendo propostas populares à escala europeia, mesmo sabendo que nunca receberão o consenso dos 27, sempre lhe permite parecer que está a fazer alguma coisa e folgar um pouco as costas de uma rejeição popular que continua nos 72%.

11
Mar08

A queda de um Anjo

Pedro Sales

Ainda há poucos meses um modelo para os conservadores de um e do outro lado do Atlântico, estrela pop da “nova direita”, Sarkozy parece ter batido no fundo de tal forma que os autarcas do seu próprio partido lhe pediram para se afastar da campanha para as eleições locais. A crueza dos números da derrota de domingo não deixa espaço para enganos sobre a erosão da sua popularidade. O que espanta não é a mutação e desgaste da imagem. É a rapidez com que tudo se passou, só possível porque a subida e queda de Sarko foi construída e gerida à frente de todos nas capas da imprensa e noticiários televisivos. Quando a imagem é a substância do projecto político, mediado exclusivamente pelo tratamento jornalístico, a volatilidade da imagem é uma das suas consequências naturais.

Os media cansam-se e cansam como nenhum outro meio, deixando patente o nervosismo de uma exploração frenética da imagem. Pensando que a exposição desenfreada da sua vida privada seria uma poderosa alavanca de uma aura de dinamismo e sucesso politico que pretendia reforçar, Sarkozy viu os franceses colarem-lhe uma imagem de imaturidade e instabilidade emocional pouco consentânea com a visão que têm do cargo. Claro que não ajuda que o mesmo presidente que pede sacrifícios e exige austeridade, nomeadamente através de um reforma da segurança social baseada na de José Sócrates, se passeie luxuosamente pelas ruínas de Petra. Sarkozy, iludido pela popularidade pop dos primeiros tempos, pensou que conseguia controlar a forma como as notícias seriam percepcionadas. Trágico engano. Aquilo que os media constroem, por eles é destruído. Depois de aberta a porta da intimidade privada, ninguém se fica por uma pequena história. Quer saber tudo. Sarkozy é apenas mais uma “vítima” da sua própria armadilha. Podia ter perguntado ao Carrilho.

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