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Zero de Conduta

Zero de Conduta

18
Mar08

O soporífero inglês

Pedro Sales
Anthony Minghella morreu ontem, aos 54 anos. No breve obituário que lhe dedica, a generalidade da imprensa recorda-o como o realizador do Paciente Inglês. Como se não fosse suficientemente trágico morrer tão novo, associar alguém, na hora da morte, a um filme como o Paciente Inglês é uma patifaria que não se deseja ao nosso pior inimigo. O  filme é tão mau que nem a Juliete Binoche o salva, e isso é bastante revelador sobre o carácter soporífero da história. O único contributo relevante do filme foi ter originado um dos melhores momentos do Seinfeld. O que também é revelador sobre a qualidade do sketch que aqui se recorda. É a mais sentida e sincera homenagem que posso dedicar a Anthony Minghella
12
Set07

Vergonhoso

Pedro Sales
Miguel Barreira/AP
Como se já não bastasse a justíssima fama de arruaceiros que têm os jogadores da selecção nacional de futebol, agora também temos um treinador que agride, ao soco, os adversários. Vergonhoso não é empatar. Da forma como a equipa está a jogar, até foi uma sorte. Vergonhoso é não aceitar a mediocridade, e falta de ambição, do futebol praticado e implicar com o primeiro jogador que se encontra pela frente. Daqui a uns minutos deve ser a conferência de imprensa. Ou muito me engano ou ainda vai sobrar para o árbitro.

Actualização: Não há nada mais previsível que o futebol português. Sete minutos depois de escrever, lá apareceu o Scolari a criticar o árbitro pelo resultado."É muito sábio esse árbitro", ou "devem chamar a atenção ao Platini" sobre a arbitragem, foram apenas algumas das pérolas ouvidas. A agressão, claro, também foi culpa do homem do apito. "O jogador que diga se lhe toquei num único cabelinho", desafiou. Mas não é muito redutor culpar a arbitragem, pergunta o jornalista? "Não, não, a culpa é minha", resmunga, visivelmente desagradado com a perguntas, e vira as costas.
11
Ago07

Another one bites the dust

Vasco Carvalho

Joy Division, Love will tear us apart, 1980

Intelectual Anarco Capitalista. Seria uma denominação ridícula se não tivesse descoberto os Joy Division, fundado a Factory Records, sido o primeiro a passar Sex Pistols na TV e o centro da cena de Madchester (bem documentado em 24 Hour Party People). Tony Wilson morreu de cancro, sem dinheiro para pagar a medicação que lhe receitaram porque o venerável NHS do Reino de Sua Majestade só comparticipava esta medicação num número limitado de zonas de códigos postais e o dele, infelizmente, não tinha sido eleito no sorteio.

A historieta seria apenas mais uma ilustração macabra de dois pontos maiores: i) o falhanço da eterna reforma do NHS, (mais uma) culpa à qual Blair não pode escapar (apesar de todo o spin) e ii) o desrespeito com que os Estados modernos tratam os seus cidadãos com cancro. São caros, têm poucas probabilidades de sobreviver e a ciência é cara e complexa. Ou seja, são os primeiros a abater (quase literalmente) na busca cega do 'menos e melhor Estado'.

Mas Tony Wilson era muito mais que uma historieta.

PS: In other news, Keith Richards veio admitir que sim, snifou as cinzas do pai. O pessoal é que tinha feito confusão: ele tinha dito que o snifou como se fosse coca, não com coca... Ah, pois, assim a história já faz sentido. Acho que a Disney já o pode receber de volta.

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