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Zero de Conduta

Zero de Conduta

09
Set08

Diz o roto ao nu

Pedro Sales

"Eu não tenho dúvidas. São atitudes como estas dos partidos políticos, e esforços como estes, que credibilizam a política em Portugal. É o esforço de tanta gente, que quer dar o seu melhor para procurar novas ideias e novos projectos, que credibiliza e dá confiança à política no nosso país. Do que eu não tenho dúvidas é que o que não dá credibilidade à politica é o discurso do negativismo, é o discurso da maledicência, é o discurso do pessimismo, é o discurso do bota-abaixo, é o discurso de que “nada é possível fazer no nosso país”. Não. Esse é um discurso medíocre, que nada tem a oferecer ao país, e que só convida à desistência e ao conformismo". José Sócrates, 8 Setembro 2008, no lançamento da fundação Respública.


A oposição quando faz oposição ao governo é maledicente e bota-abaixo, mas quando o primeiro-ministro aproveita o lançamento de um clube de reflexão para chamar medíocre à oposição está certamente a cumprir os anunciados objectivos da nova Fundação, oferecendo “o seu melhor para procurar novas ideias e novos projectos”.

06
Jun08

Duzentos mil

Pedro Sales

Fotografia esquerda.net

José Sócrates não ficou impressionado com a manifestação que juntou 200 mil portugueses contra as alterações ao código laboral. Ignorar olimpicamente um sinal como este já não é uma demonstração de resolução e confiança no rumo do governo, é puro autismo politico e a demonstração que, por detrás das palavras de circunstância, ainda ninguém no Governo percebeu bem o “aviso” de Soares. Os velhos hábitos são difíceis de perder e o fato do político forte e decidido é o único que Sócrates conhece e no qual se sente à vontade. Infelizmente, como já toda a gente percebeu, as demonstrações de força e resolução sobram sempre para os do costume. Uma atitude que contrasta com a forma vacilante como trata a Igreja (capelanias militares), ou as grandes superfícies comerciais -  taxa dos sacos de plástico que morreu ainda antes de o ser. Poucas coisas fazem mais para encher estas gigantescas manifestações que esta bipolaridade política. Como Sócrates há de perceber em 2009.

15
Abr08

Um bom conselho

Pedro Sales

No último debate parlamentar, José Sócrates aconselhou “mais leituras” a Francisco Louçã quando este criticou o impacto dos agrocombustíveis no aumento do preço dos alimentos. Segundo o primeiro-ministro, como a maioria combustíveis “verdes” nacionais estão a ser produzidos a partir de oleaginosas cultivadas em Moçambique não têm qualquer influência no aumento dos preços dos alimentos. Este argumento é um disparate, e nem é preciso ler muito para o perceber.

Os preços dos bens alimentares não são fixados em Portugal. Importamos mais de 70% do que comemos. Cereais, arroz e outros produtos são comprados nos mercados internacionais de referência, onde os preços não param de aumentar. Mesmo não sendo óleos alimentares, as áreas cultivadas em Moçambique para encher os tanque de gasolina dos carros de Lisboa ou Porto não nasceram do nada. Ou levaram ao abandono de áreas dedicadas à produção agrícola, conduzindo à escassez de bens alimentares que é uma das razões da escalada dos preços, ou foram conquistados às florestas tropicais, sem as quais teremos mais Co2 no planeta. Em todo o caso, os compromissos assinados por Portugal na UE serão sempre uma tragédia. O primeiro-ministro devia seguir o seu próprio conselho e ler um bocadinho mais. A começar pelas declarações da porta-voz do Progama Alimentar das Nações Unidas que, citada ontem pelo Público, lembra que "muitos agricultores estão a arrancar as suas culturas e a substituí-las, por exemplo, por milho por causa da especulação do mercado de biocombustíveis."

11
Abr08

Tudo perigosos radicais

Pedro Sales
Respondendo a Francisco Louçã, José Sócrates reduziu a crítica aos agrocombustíveis como fazendo parte da agenda dos movimentos ecologistas mais radicais. Estranha escolha de palavras, no dia seguinte ao Banco Mundial, FMI, o primeiro-ministro inglês e a Agência Europeia para o Ambiente responsabilizarem a adopção dos agrocombustíveis pela escalada dos preços dos bens alimentares. O curioso é que o fez recomendando "mais leitura" ao interpelante... Desta é que nem o Henrique Raposo se lembraria.
14
Mar08

O café da manhã

Pedro Sales

“O primeiro-ministro como nunca o viu”, num retrato intimista do seu dia-a-dia, prometia a SIC. Para falar verdade não imaginava sequer metade, a começar pela absoluta novidade que é perceber que um dia de trabalho normal para José Sócrates começa por volta da 11 horas da manhã com duas bicas no café à porta de sua casa. A partir deste momento a dúvida fica instalada. Ou o primeiro ministro andou três anos a retirar direitos sociais aos “privilegiados” que começam a trabalhar umas horas antes do seu cafezinho matinal, ou então foi tudo encenado para as câmaras e toda aquela conversa da generosidade, melancolia, poetas para aqui e filósofos espanhóis para ali também é montada. A tanga é certa. Resta saber qual.
21
Fev08

Português técnico

Pedro Sales

A mesma imprensa e colunistas que dedicaram dezenas de horas e páginas de jornal a discutir a entrada do Governo de José Sócrates em campanha eleitoral, discute agora o tabu da sua recandidatura sem se deter 3 segundos na contradição. Será que alguém acha que o homem está em campanha para entregar o cargo a Vitalino Canas? Sejamos sérios, o tabuzinho da recandidatura tem menos densidade intelectual que um episódio dos Morangos com Açúcar. É um "não tema", e só mereceu todo este destaque porque a entrevista de José Sócrates foi a irrelevância política da semana. Sem novidades, e sem uma justificação convincente para o que fez nos últimos 3 anos, limitou-se a debitar a matéria dada nos últimos debates no Parlamento.  Convenceu os convencidos.
16
Nov07

Uma visita bem sucedida

Pedro Sales
O prestígio internacional e uma maior aproximação aos Estados Unidos da América foram dois dos principais argumentos invocados pelos defensores do alinhamento português na guerra do Iraque. Os resultados estão à vista. George Bush acaba de vetar uma proposta orçamental do partido democrata, utilizando as aulas de português como segunda língua como o exemplo das despesas inúteis a que pretende pôr cobro. No período em que esta proposta legislativa esteve em discussão, José Sócrates e Cavaco Silva visitaram os Estados Unidos da América. O primeiro-ministro encolheu-se e não reagiu quando ouviu Bush agradecer-lhe "a sua decisão de ajudar o povo do Iraque e do Afeganistão a perceber a bênção da liberdade”. George Bush é pouco amigo dos seus amigos. Pelo menos daqueles que percebe que pode tratar e destratar como lhe apetece. Foi uma visita bem sucedida, disse o primeiro-ministro, mas não para os portugueses a viver nos EUA. Não só ficam sem aulas para os seus filhos, como ainda são gozados por um presidente que é bem capaz de não saber onde fica Portugal.

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