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Zero de Conduta

Zero de Conduta

29
Jun08

hara-kiri na net

Vasco Carvalho

dn.sapo.pt, página principal,

 

Que o DN era uma anedota na internet já os seus leitores sabiam. A navegação no site, os conteúdos, o motor de busca e a demente página inicial são web 0.1. Aliás, através da Wayback, podemos ver a página do DN em Junho de 1998:

 

Mais ou menos a mesma pobreza de hoje, mesmo assim mais navegável. A evolução do DN em mais de uma dezena de anos na net já mostra, portanto, claras tendências suicidas. Isto já vem, é claro, de muito longe: a tortura do grafismo e a sua evolução duvidosa são tópicos recorrentes na edição em papel.

 

Hoje chegámos à balda total. Desde as 7 da manhã até agora, 22h17, a página inicial do dn.sapo.pt  tem o Bastonário dos Advogados em landscape e ninguém diz nada. Está tudo a ver a bola, o pessoal do DN não deve ter acesso à net e o Sapo, obviamente, não está interessado em manter um nível mínimo de qualidade. Azar, fica assim.

 

É hara-kiri na net, digo eu.

17
Abr08

O irreal país laranja

Pedro Sales

O PSD apresentou ontem, em pleno debate sobre a simplificação legislativa do divórcio, cinco projectos de lei para o que dizem ser a dignificação e protecção da família. Uma breve leitura da Lei de Bases ontem apresentada dá para constatar a confrangedora vacuidade da proposta, mero pretexto para o partido apresentar a sua versão beata e ahistórica da "família", numa nada escondida piscadela de olho ao discurso da Igreja Católica.

Só que este truque é velho de anos. Em todos os debates sobre a despenalização do aborto que tiveram lugar no Parlamento, o PSD retorquiu sempre desvalorizando a importância do tema e defendendo a necessidade de apostar na educação sexual - isto, apesar de terem votado contra todas as propostas legislativas (e foram muitas)nesse sentido... O conservadorismo social é cada vez mais uma das imagens de marca de um PSD crescentemente confinado e enfeudado nos sectores mais fechados da sociedade portuguesa. Aqui há uns anos dizia-se que o PSD era o partido mais português de Portugal, uma expressão que, não por acaso, caiu em desuso. O país que hoje dizem representar é uma espécie em vias de extinção.

Ocupados com as lutas internas e obcecados com a comunicação social, não repararam que a demografia, escolarização e a tímida modernização do tecido económico mudou o mapa do país. A simples comparação dos resultados dos dois referendos à despenalização do aborto -  e o voto esmagador registado pelo “Sim” entre os jovens e principais centros urbanos - devia fazê-los perceber que a demografia tornou o “país real” que dizem defender cada vez mais uma peça de arqueologia social. De resto, basta ver quem aparece hoje a dar a cara pela regeneração do partido: Aguiar Branco, o porta-voz do “Não” no maior programa de debate televisivo no último referendo. O problema do PSD não é só Menezes. É não ter nada para dizer a camadas cada vez mais amplas da sociedade. Logo por azar, as mais dinâmicas e reprodutoras de opinião. O PSD é cada vez mais o partido da “má moeda”.
15
Dez07

Jornalismo de referência?

Vasco Carvalho











às vezes gostava de não ter de verificar a notícia duas vezes com a imprensa estrangeira. de vez em quando não me importava de confiar no que vem escrito. uma vez por outra gostava de ter a oportunidade de ler factos sem pensar em motivos ulteriores. para poder tirar as minhas próprias conclusões; manhosas, é certo, mas minhas. não era preciso ser sempre, só assim de vez em quando.

Jornalismo de referência? Dommage, não temos.
13
Set07

Os anti-americanos do “mas” já chegaram à América

Pedro Sales
Enquanto dezenas de milhar de portugueses invadiam as ruas a protestar contra a guerra, e as sondagens indicavam uma oposição de 80% à invasão do Iraque, a imprensa enchia as páginas com editoriais e colunas de opinião que não escondiam uma “lágrima furtiva” com o “25 de Abril” de Bagdad. Foi curta a emoção, sendo curioso reparar como mudaram de opinião, ou passam ao lado do assunto, os mais encarniçados guerreiros de sofá da nossa imprensa.

O 11 de Setembro é o dia que lhes resta para ajustarem contas com o seu passado, sem os “adversativos” que tanto irritam Ferreira Fernandes. O colunista, que escreve diariamente na esquina direita do DN, está muito irritado porque “para alguns foi 11 de Setembro mas”. Não que Ferreira Fernandes tenha alguma coisa contra o mas e o uso de adversativos, não gosta é que alguém os utilize quando ele não concorda. Veja-se o que escrevia FF nos dias seguintes à eleição de Zapatero. “A discussão que vai para aí sobre se Aznar mentiu ou não! Um primeiro-ministro a escamotear dados para ganhar eleições é assunto importante quase sempre. Mas não neste caso.” Pois...

A mentira interessa pouco a Ferreira Fernandes, seja em Madrid ou em Washington, com paragem nos Açores. O exercício é conhecido. Quem critica a política da administração Bush, e a forma como conduziu a guerra ao terror depois do 11 de Setembro, é anti-americano. São "os que não contam". Só há um problema nesta lógica. É que os EUA estão cheios de anti-americanos. Tantos, que até levam os seus "mas" para os programas nas maiores estações televisivas. Aqui fica um exemplo, da emissão especial da MSNBC no 11 de Setembro.



05
Set07

PSP: Polícia de Sova Pública

Vasco Carvalho
Aviso pré post: o post seguinte contém a dose mais que habitual de bas-fond, PSP, Violência Policial 1, 'disconnected youth',you-tube, blogolândia, tvi,claques de futebol, jornalista do Portugal Diário, posição previsível de esquerda, caixas de comentários a regurgitar, 2 dias nas notícias até ao próximo osso... Se preferir luta de classes mais soft e mais bem escrita diriga-se a outros lugares. Aqui fica o que isto é, mesmo depois de tudo isso,Violência Policial 1, feio, comum, previsível e mal contado... E não mencionei as conversas no Portugal de sofá. E de escritório. E de café. E sentiram aquele momento em que, por todo o país, o bom chefe de família decidiu anunciar, perante a TVI e a família: deviam era enforcá-los esses ... Foi ontem à noite, à hora das notícias.


(visto no Bitoque)

Meses depois da vergonha pública no 25 de Abril, exposta no Cravado no Carmo e dias depois do exibicionismo infantil no Hi5, onde agentes da PSP deixaram a sua foto-reportagem de uma operação policial completa com comentários como 'acabem com os mitras', os seus 'camaradas' voltam a aparecer na net, desta feita quatro agentes espancando ao pontapé um jovem negro.

Resposta da PSP: não se verificou nenhuma queixa de agressão. Pois, resta saber se quem foi espancado assim ainda tem língua para falar (literalmente). É que quem já perdeu amigos por 'força excessiva' da PSP -eufemismo típico de cobardes- reconhece que é este o 'standard procedure' contra os suspeitos que não são brancos; 'não está a falar comigo' como se houve no vídeo, seguido de pontapé, é a resposta à interpelação 'o que é que eu fiz para me bater?'. O meu amigo morreu porque tinha roubado um carro na margem sul. O resultado foi a suspensão de um agente durante dois meses. Avaliando pela reacção da PSP, os jovens no vídeo devem ter passado sem pagar no metro. Ou roubado um telemóvel. Ou nada mesmo. Tudo é crime hediondo e serve para sujar a bota polida em tardes de menos acção.
23
Ago07

Quem é amigo, quem é?

Pedro Sales
Não foi preciso muito. Um dia depois de se conhecer que a Somague financiou o PSD à margem da lei, a edição de hoje do Público mostra como, um mês e meio depois desse providencial cheque, a Somague foi beneficiada por uma decisão do Governo PSD. Curiosamente, o responsável por essa decisão foi o secretário de Estado das Obras Públicas, Vieira de Castro, que era o responsável financeiro do PSD quando este partido enviou uma despesa de 233 mil euros para facturação na Somague.

Uma das primeiras decisões políticas anunciadas pelo então secretário de Estado das Obras Públicas, Vieira de Castro, foi a de pedir ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) um parecer jurídico para esclarecer "algumas dúvidas" relativas à concessão da auto-estrada Litoral Centro à Brisa. A Procuradoria considerou, passado poucos meses, que as “dúvidas” de Vieira de Casto não tinham cabimento, mas, entretanto, a Somague já tinha deixado de se lamentar da “posição dominante” da Brisa e tinha feito uma parceira com esta empresa, entrando desta forma na apetecível concessão da A17.

Ao contrário do que ontem tentava fazer crer o editorial do Diário de Notícias, o financiamento da Somague ao PSD não tem nada a ver com as sucessivas multas que os partidos recebem pelos erros administrativos e processuais nas suas contas. São condenáveis, claro, mas estão a léguas de ser uma “ilegalidade objectiva”. Uns dão multa decidida pelo TC, o segundo, à luz da lei actual, dá direito a pena de prisão e a pesadas coimas aos infractores. Misturar os dois casos é uma mistificação para desvalorizar o sucedido, como também o fez Pacheco Pereira, sempre tão atento e diligente para denunciar as mistificações e desvios da imprensa que não se coadunam com a sua agenda política.

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