Adeus
Portugal começa um jogo com a Alemanha sempre em desvantagem. As equipas nacionais têm que jogar bem e não cometer erros. À Alemanha basta ser eficaz, algo que faz com a naturalidade de quem bebe um copo de água. Parece pouco, e é costume desvalorizarmos a forma “tosca” do seu jogo, mas há ali um entendimento quase obsessivo dos fundamentos do jogo que merece respeito. Portugal jogou razoavelmente, à excepção de um Deco superlativo, mas cometeu erros defensivos e tácticos inaceitáveis numa equipa de juniores. Scolari foi fiel à sua imagem de marca: ser sempre o último a reconhecer um erro. Ronaldo na posição de Nuno Gomes desaparece de jogo. Não tinha funcionado com a Turquia, não era certamente com as torres alemãs que iria resultar. Há uma semana que meio país parece atordoado com a substituição do treinador mais sobrevalorizado de que me lembro. Eu, por mim, preocupava-me mais com a substituição de Deco. Foi dos seus pés que saiu a diferença entre o futebol triste e desgarrado da fase de qualificação e a equipa que esteve no europeu. A sanidade mental pode regressar aos noticiários. O país segue dentro de momentos.