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Zero de Conduta

Zero de Conduta

19
Fev08

Bosta humana

Pedro Sales

"Sempre achei as praxes divertidas e pedi para ser praxada. Eles fizeram-me a vontade e diverti-me muito". Foi assim que uma funcionária da  Escola Superior Agrária de Santarém defendeu ontem, em tribunal, os sete alunos que estão a ser julgados por causa de uma praxe violenta realizada vai para seis anos. Tão divertido, diz a senhora, que até pediu para lhe fazerem o mesmo e esfregarem "estrume na cara"...

Ao contrário do que se costuma afirmar, o problema da praxe não são apenas os seus excessos violentos. É a arbitrariedade que a rege. A praxe não tem regras, e as que tem são fixadas e julgadas pelos praxistas. A arbitrariedade e a sujeição a um conjunto de regras que são imprevisíveis e que dependem da boa vontade dos veteranos é a verdadeira violência deste “ritual integrador”. A violência é só o resultado mais visível desta cultura de impunidade e poder. Um dos ex-alunos em julgamento, afirmou que é costume esfregar os alunos em bosta de vaca porque, desta forma, “os caloiros são confrontados com o seu futuro porque, no fim do curso, é nesse ambiente que vão trabalhar". A praxe como escola para as agruras da vida. Ora aí está uma ideia aterradora que levanta uma pergunta. De que vida é que a praxe serve de modelo?

2 comentários

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    Estudante de uma agrária 06.09.2008

    OLá..
    Sou estudante na Escola Superior Agrária de Coimbra e a altura que fui sujeita a praxes, foi das melhores de sempre passadas naquela magnífica escola.
    O ambiente gerado por veteranos e caloiros é saudável e contribui para uma melhor integração dos novos alunos.
    Por isso, sou a favor das praxes, desde que haja respeito mutuo entre os alunos, e na ESAC há!
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