29
Nov07
Relativismo liberal
Pedro Sales
Para a direita o Estado não é uma pessoa de bem quando não paga a tempo e horas aos seus fornecedores, mais a mais porque estas dívidas põem em causa a viabilidade de muitas pequenas e médias empresas. É verdade. Dão tanta importância ao assunto que o PP entregou esta semana uma petição no Parlamento a exigir a publicação na net destas dívidas. Agora, quando o PSD se prepara para bloquear a câmara de Lisboa ameaçando inviabilizar um empréstimo de 360 milhões de euros para pagar as dívidas aos fornecedores que este mesmo partido deixou, os blogues liberais uniram-se para apoiar o PSD e criticar a gestão da autarquia. “O socialismo é caro”, dizem, numa aparente crítica a Santana e Carmona que deixaram as contas neste bonito estado.
Agora já não lhes interessa a viabilidade das pequenas empresas, nem o bom nome da autarquia. Menos ainda querem saber da boa gestão dos dinheiros públicos, passando à frente do “pormenor” da câmara estar a pagar 11% de juros de mora aos fornecedores e do empréstimo, que tanto criticam, ter uma taxa abaixo dos 5%. “Ainda não é desta”, diz o JCD, lamentando-se que não esteja a ser seguida a única receita que os liberais conhecem: “diminuir o quadro de pessoal da câmara, cortar subsídios”. Fica, por saber, claro, como é que isso resolvia os 360 milhões de dívida de curto prazo a fornecedores que ameaçam cortar as relações com a autarquia deixando a capital ingovernável. A realidade nunca assumiu uma grande prioridade nas suas preocupações. É esse o problema dos “nossos” liberais. Têm umas ideias engraçadas para manter uns blogues catitas e escrever umas coisas na imprensa. Mas é inapresentável nas urnas. Valha-nos isso.
Agora já não lhes interessa a viabilidade das pequenas empresas, nem o bom nome da autarquia. Menos ainda querem saber da boa gestão dos dinheiros públicos, passando à frente do “pormenor” da câmara estar a pagar 11% de juros de mora aos fornecedores e do empréstimo, que tanto criticam, ter uma taxa abaixo dos 5%. “Ainda não é desta”, diz o JCD, lamentando-se que não esteja a ser seguida a única receita que os liberais conhecem: “diminuir o quadro de pessoal da câmara, cortar subsídios”. Fica, por saber, claro, como é que isso resolvia os 360 milhões de dívida de curto prazo a fornecedores que ameaçam cortar as relações com a autarquia deixando a capital ingovernável. A realidade nunca assumiu uma grande prioridade nas suas preocupações. É esse o problema dos “nossos” liberais. Têm umas ideias engraçadas para manter uns blogues catitas e escrever umas coisas na imprensa. Mas é inapresentável nas urnas. Valha-nos isso.