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Zero de Conduta

Zero de Conduta

30
Abr08

O alarmismo, a doença infantil do sensionalismo

Pedro Sales
O João Gomes, na Câmara de Comuns, diz que eu não entendo o problema da violência, principalmente na juventude, considerando que a minha posição é um reflexo natural do “esquerdismo”, essa “doença primária”. Talvez valha a pena recordar ao João que o post em causa, sobre o alarmismo mediático a partir da agressão de um cidadão a dois policias à porta da esquadra de Beja, foi escrito dois dias depois de todos os canais noticiosos apresentarem insistentemente este caso como um sinal do aumento da violência e da necessidade de reforçar o número de agentes policiais. Sejamos sérios. Se dois polícias não são capazes de pôr na ordem uma pessoa desarmada, o que é que isso tem a ver com a necessidade de mais agentes? E quantos é que são necessários para responder a um desordeiro? Era esse o sentido do post. A forma como, depois da overdose comunicacional por causa da insubordinação de uma aluna, as televisões continuam a agarrar até à exaustão num caso que está longe de poder suportar qualquer tipo de análise de conjunto e montam uma vozearia que impede qualquer reflexão.

De resto, eu não desvalorizo a questão da insegurança, nem “olho com naturalidade” para o sucedido na esquadra de Moscavide - assunto sobre o qual nem me referi. A invasão da esquadra, essa sim, levanta questões que importa perceber. Por que é que uma esquadra com 48 polícias, divididos por três turnos, apenas tinha 5 de serviço às 17 horas? Mesmo entendendo que existem baixas e férias, 48 a dividir por 3 dá 16. Onde é que pára [o resto d]a polícia? Que modelo organizacional é que permite esta aparente anormalidade? Quanto ao resto, num país que tem dos menores índices de criminalidade violenta do mundo e uma elevadíssima média de polícias por habitante, quando é que chegamos ao número correcto de agentes? Ou temos que responder a cada safanão sencionalista, qual Pavlov, com a cassete da necessidade de contratar mais efectivos para as forças policiais, independentemente dos números da criminalidade e de agentes no activo? Só assim é que deixamos de ser um doentio esquerdista?
30
Abr08

O democrata

Pedro Sales
"O livro de António José Saraiva é portanto mais um livro para ler atentamente e queimar. Nada mais". Quem o disse? O democrata José Pacheco Pereira, em 1973, numa recensão sobre "Maio e a Crise da Civilização Burguesa. Segundo a edição de hoje da Visão, parece que Pacheco Pereira dá a entender que se tratava de uma metáfora. Claro. Uma metáfora com história.
29
Abr08

O Youtube, não se esqueçam de procurar no Youtube

Pedro Sales
Um puto de 18 anos, com pinta de Bruce Lee e notório mau humor, mandou dois polícias para o hospital a toques de pontapé, e foi o suficiente para montar o cenário para mais uma overdose comunicacional sobre o aumento da insegurança e a necessidade de mais efectivos policiais. Alguma alminha caridosa faça o favor de colocar este vídeo no Youtube que é para termos a certeza de que temos o próximo mês por conta da crise de autoridade das polícias. Assim, em seco, é mais difícil manter o sensacionalismo.
28
Abr08

Em bicos de pés

Pedro Sales
Cunha e Vaz termina a sua delirante entrevista ao Público (que pode ser lida aqui), dizendo que nunca aceitaria ser um número 2 ou número 3 na política. “Só vou para a politica se for para mandar”. É curioso, porque lendo as 4 páginas desse monumento à mitomania que é esta entrevista, e não podemos deixar de ficar com a sensação de que foi Cunha e Vaz quem mandou nestes arrebatadores seis meses de PSD. As boas ideias foram dele, os disparates ficaram a cargo de Menezes. A tristeza das insinuações sobre a Fernanda Câncio, a inconstância do líder ou a exposição que o próprio fez da sua vida privada? Ele bem tentou, mas isso foi-lhe imposto...

Mas esta entrevista, e as dezenas de conversas privadas que revela ou inventa, demonstram bem os perigos, de que já falámos aqui, levantados por esta moda que parece acreditar que a solução para todas as questões políticas com que se defrontam os governos e partidos se resolvem com inovadoras estratégias de comunicação. Torna os partido vulneráveis à ocupação do seu núcleo de decisão por interesses que não controlam, dilui os mecanismos democráticos de decisão e retira aos militantes a capacidade de escrutínio e castigo da sua liderança. É que, ao contrário dos líderes partidários, Cunha e Vaz quer mandar sem sair da sombra e a partir do quintal das traseiras.  Como o próprio diz, é mesmo um homem pequeno. E isto não tem nada a ver com o seu tamanho.
28
Abr08

Novas oportunidades

Pedro Sales
Porque decidiu trabalhar com Luís Filipe Menezes?

Cunha e Vaz: Porque neste momento, apesar de ter um boa carteira de clientes, interessava-me também poder aceder a outro tipo de clientes, mais próximos do Estado. Mas não consigo, não sei porquê. Tenho competência para tratar de seis empresas do PSI20, para ser agente da UEFA durante três anos consecutivos, mas não me deixam tratar de nenhuma instituição pública.
 
O “interesse” de Cunha e Vaz no PSD é elucidativo da cadeia de interesses que se constroem à volta dos partidos do poder. Se repararmos que, só no OE de 2008, estão inscritos 388 milhões de euros em despesas de consultoria e que não há festa nem festança lançada pelo Governo onde não apareça o vídeo promocional, o powerpoint ou o aparato cénico montado por uma empresa de comunicação, percebe-se melhor o “interesse” de Cunha e Vaz. Fazer no Estado o mesmo que fez no PSD, eis o sonho deste aprendiz de feiticeiro.
28
Abr08

Verde é a cor do dinheiro

Pedro Sales

A junta de freguesia da Ericeira foi multada em sete mil euros utilizar óleos reciclados para mover os carros do lixo, em vez de comprar combustíveis fósseis, pelo que o Estado se considera lesado. O presidente da junta, citado pela TSF, já garantiu que não vai pagar a multa.

Lê-se e não se acredita. Em vez de apoiar, ou pelo menos deixar em paz, quem não precisou de ficar à espera dos subsídios estatais para aplicar uma medida ambientalmente correcta, o Governo multa quem está a usar combustíveis verdadeiramente ecológicos (óleos reciclados). Tudo isto para respeitar uma quota, financiada pelos nossos impostos, com o embuste dos agrocombustíveis que estão a roubar espaço agrícola a outras produções alimentares e a contribuir para a crise alimentar que está à porta. O verde tem muitas tonalidades. Mas a cor do dinheiro dos impostos continua a ser a mais apelativa.
27
Abr08

retratos da crise (1)

Vasco Carvalho

Come to think of it, I'm thrilled to be
anywhere with high ratings these days.


Bush, com a popularidade muito por baixo, aparece no Deal or No Deal  para desejar sorte a um soldado condecorado - voluntário, purple heart, três comissões no Iraque, ultimate american - que arrisca tudo por um jackpot milionário que pague a casa dos pais (lindo). O episódio foi um flop, 27% abaixo da audiência média do programa.
25
Abr08

Já que fala nisso

Pedro Sales
Cavaco Silva foi hoje ao Parlamento criticar a qualidade da democracia e o alheamento dos jovens pela política, resultando na "indiferença que muitos jovens têm pelo futuro do seu País”. Curioso. Da última vez que reparei, o Presidente da República tinha acabado de chegar da Madeira, onde elogiou o trabalho de Alberto João Jardim, e era contra a realização do referendo ao Tratado de Lisboa, questionando o conhecimento de causa dos cidadãos para decidir o seu futuro.

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