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Zero de Conduta

Zero de Conduta

30
Mar08

Dom Sebastião em part-time

Pedro Sales
António Borges declarou hoje, em entrevista ao Público, que o governo cancelou todos os contratos com o banco que dirige no dia seguinte a este Dom Sebastião em part-time se ter disponibilizado para ajudar os social-democratas a fazer uma oposição mais activa ao Governo. Apesar de parecer uma desculpa esfarrapada para justificar o seu apagamento desde esse congresso do PSD, e sossegar as hostes laranjas com as costas largas da "claustrofobia democrática", não tenho, como é natural, nenhuma informação que me possa dizer quem tem razão nesta pequena polémica. Mas sei, porque isso é público, que nestes três anos ninguém deu por António Borges no PSD ou no país. O que, dando por certas as suas palavras, diz mais sobre o conceito de "oposição mais activa" das sobrevalorizadíssimas elites do PSD e dos liberais que peregrinam anualmente para o Convento do Beato para louvar a independência da sociedade civil do que sobre o eventual comportamento do Governo.
29
Mar08

O fundamentalismo do vizinho é sempre maior que o meu

Pedro Sales

A divulgação do filme contra o Islão, do deputado holandês de extrema-direita Geert Wilders, promete fazer renascer o já habitual debate sobre a intolerância do islão. Curiosamente, reina o silêncio e não parece haver maneira de encontrar os mesmos inflamados editoriais sobre os limites à liberdade de expressão a propósito da censura de um anúncio de cosméticos na pacata e liberal Inglaterra. A campanha publicitária, que aqui se mostra e que descobri no 5 Dias, foi banida das televisões pelas supostas ofensas aos cristãos perpetradas por meia dúzia de modelos que aparecem a rezar para garantir a beleza dos seus cabelos. Chocante, como se percebe...
29
Mar08

Sentimentos e desejo no casamento? Isso tem que ser coisa do Diabo

Pedro Sales

Para o padre Duarte da Cunha, ex-responsável, durante dez anos, da Pastoral da Família na diocese de Lisboa, o que está em causa nas iniciativas do Bloco de Esquerda e do Partido Socialista é uma "sentimentalização excessiva do amor". Reagindo às previsíveis alterações na lei do divórcio, o porta-voz da conferência episcopal, D. Carlos Azevedo, adverte que "não podemos armar o desejo em lei" e que os projectos estão "imbuídos de uma cultura individualista" perante a qual "a família corre o risco de se desagregar". De facto, nada como manter a família unida na barra do tribunal em processos que se arrastam durantes anos. Deve ser para preservar a tal "união entre as pessoas" que aponta como uma das funções do Estado. O Diário de Notícias está de parabéns. Não é todos os dias, em pleno século XXI, que se consegue um exclusivo com os bispos do Concílio de Trento.
26
Mar08

O pelhourinho

Pedro Sales

Desculpem lá não entrar na histeria nacional que varre a imprensa e blogosfera, e que já vai no Procurador Geral da República, mas talvez valha a pena parar um pouco para perceber que o que se passou no Carolina Michaellis é um caso disciplinar que deve ser resolvido dentro da escola, sendo completamente descabido que o própro PGR se envolva pessoalmente na investigação criminal do sucedido.


O mesmo Procurador Geral da República que precisou de ler quatro edições de uma investigação efectuada pelo Expresso - com base em material de prova que estava há anos na posse do MP - para perceber que tinha que fazer qualquer coisa sobre o Casino de Lisboa, dedica agora meios e recursos para investigar aquilo que, sendo um lamentável caso de indisciplina e insolência, não deve deixar de ser equacionado à luz da relativa gravidade do incidente.

Mas o coro de apoio ao anúncio feito por Pinto Monteiro não se fez esperar. Afinal a “turba” de “canalhas” tem que ser posta na ordem e os professores não têm meios para o fazer. A sério? Será que quem anda há uma semana a proferir afirmações destas, que passam por uma verdade incontestável e inquestionável, alguma vez perdeu dois segundos para ler o que é que diz o estatuto do aluno em vigor? Se não, aqui está:

Artigo 27.º (Medidas disciplinares sancionatórias)

a) A repreensão;
b) A repreensão registada;
c) A suspensão da escola até cinco dias úteis;
d) A suspensão da escola de 6 a 10 dias úteis;
e) A expulsão da escola


Advertência, Suspensão, ou expulsão com decorrente perda do ano lectivo. O que é que querem mais? Colocar uma míuda malcriada no pelourinho e, de permeio, fazer um retrato de toda uma geração a partir de um caso que, podendo não ser isolado, será sempre ultra-minoritário? Quer me parecer que há por aí muito boa gente que "anda nisto" apenas para provar que esta é que é mesmo a geração rasca.
26
Mar08

Depois da boa experiência dos ginásios...

Pedro Sales

O governo tentou hoje limpar o pecado original da sua governação: o dia em rasgou o compromisso eleitoral de não mexer nos impostos e aumentou o IVA. Infelizmente, tudo aponta para a inconsequência de uma medida que não serve para redimir, nem pela metade, o dia em que Sócrates aumentou o IVA. Nem tudo o que sobe desce, como os portugueses já perceberam com os ginásios que, vendo o IVA descer de 21 para 5%, mantiveram os preços inalterados. No dia 1 de Julho, poderemos comparar os preços. Vai uma aposta?
25
Mar08

Olha, olha os anti-americanos já chegaram à televisão nos States

Pedro Sales

O Daniel Oliveira responde
, ponto por ponto, ao artigo em que Pacheco Pereira se queixa de mais uma perseguição sofrida pela sua pessoa. Depois dos falsos blogues pornográficos, apenas criados para o destituírem do lugar cimeiro que merece na bloga lusa, Pacheco Pereiro é agora importunado pelo “delito de opinião [que] é ter estado a favor da invasão do Iraque e é particularmente agravado nos casos raríssimos em que se continua a estar a favor, esses então de reincidência patológica que justificam prisão e banimento.”

Pacheco Pereira recorre à preguiça intelectual que já conhecíamos do tempo da guerra, reduzindo todas as críticas ao falhanço da estratégia da administração Bush como um sintoma do anti-americanismo militante próprio do Bloco, "muitas vezes secundado pela voz de Mário Soares". Como se percebe, só mesmo um anti-americano primário é que não percebe a genialidade de uma estratégia que considera o Irão como parte do “eixo do mal”, lançando-se numa guerra para destituir o único regime com força para limitar a sua influência como potência regional. Mas não, Pacheco Pereira sabia que a guerra fazia sentido e que nunca foi por causa das armas de destruição em massa, nem da ligação de Saddam com a Al-Quaeda. Era tudo uma questão geopolítica para levar a estabilidade à região. Para além de estar na cara que essa estratégia foi mais um "sucesso" do legado de Bush, Pacheco Pereira oferece-nos uma exemplar confissão sobre o carácter instrumental da verdade e confiança assumem na sua visão da política, Não há dúvida, as lições do passado são mesmo as mais difícies de esquecer.
25
Mar08

Despreocupação, o novo nome para a pobreza

Pedro Sales
A SIC acaba de passar uma notícia indicando que os portugueses são o povo da Europa que menos se preocupa com a sua saúde oral. Para além dos dados estatísticos, que indicam que menos de 45% dos cidadãos vão ao dentista uma vez por ano, foram entrevistar alguns desdentados idosos numa aldeia do interior do país, inquirindo-os sobre a sua renitência em se deslocarem ao dentista. A resposta, simples e directa, não se fez esperar: o país era pobre e não tínhamos dinheiro. Perante isto, o jornalista remata a peça dizendo que demora muito tempo a mudar as mentalidades. Pois, a começar pelas de alguns jornalistas...

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